Caminho se faz caminhando, ou melhor, educando

Autora: Profa. Maria de Fátima Rocha Medina

Em conversa recente com um colega, recordei-me que há um pouco mais de duas décadas, quando o Ceulp ainda era instituto (ILES) e os ingressantes já não cabiam no, então, Colégio Martinho Lutero, foi necessário abrir caminho para chegar ao apenas iniciado prédio amarelo que parecia ter brotado no meio do Cerrado, tão distante ele estava da cidade.

Os três cursos funcionavam apenas à noite. Então, na época seca, como agora, à tardinha, era comum cruzar com o caminhão-pipa que, para controlar um pouco a poeira, lançava água na estreita... rua? Não. Como poderia denominar assim aquele estreito caminho por onde as pessoas se deslocavam para o meio do mato? Era apenas um caminho e ponto. Inclusive também era bastante curto e finalizava no atual bloco 2.

Na época da estação chuvosa, havia lama por todos os lados. Inúmeros motoristas ficavam atolados no meio do caminho. E quantos relatos daqueles que, com persistência e até bom humor, chegavam à sala de aula com roupas e livros impregnados de barro. Apesar do incômodo, eles precisavam pensar em outros caminhos.

O tempo passou e aquele caminho interrompido foi alongado e asfaltado. Depois foi duplicado para facilitar o fluxo, o encontro e reencontro entre pessoas da área norte e sul, mas também entre novas e ousadas direções. E o prédio? Este se estendeu por vários blocos, laboratórios, jardins, espaços de alimentação corporal e espiritual, corredores, estacionamento e hospital. Ah! e uma grande biblioteca.

No entanto o mais importante é que por esses ambientes já percorreram e ainda percorrem milhares de pessoas que se esforçam para construir seu exigente e ininterrupto caminho. Ou seja, a avenida extensa e larga já não é suficiente. De ponto final, o Ceulp se tornou ancoragem segura para acolher caminhantes desafiados e sonhadores que querem continuar a abrir novos caminhos mundo afora.

Então, nos 25 anos, é hora de perguntar: de 1992 a 2017, quantos estudantes, professores, funcionários, pastores, diretores (agora, reitor) andarilhos já passaram por este caminho? Quantos permaneceram? Que caminhos esses cidadãos construíram? Os caminhos que eles trilharam tornaram o mundo mais alegre e melhor? Como perseguir e alcançar novos horizontes?

Caminhar é o destino de todos e todas. Então, o CEULP segue construindo caminhos a fim de que ninguém fique preso no lamaçal da ignorância.