Um caminho que trilhei...

Autora: Profa. Elienai Ferreira de Oliveira

Um caminho que trilhei… uma linda história para contar… dentre os vários caminhos e histórias que se entrelaçaram nestes 25 anos de CEULP/ULBRA.

No início deste relato, senti-me como Édipo-Rei, que na clássica obra de Sófocles, é desafiado pela Esfinge “Decifra-me”. Afinal, elucidar a importância do Ceulp/Ulbra para minha vida e de tantos que tiveram o privilégio de vivenciar o Centro Universitário Luterano de Palmas não é segredo indecifrável. Contudo, escrever sem excessos de sentimentalismo ou encantamento, torna-se tarefa hercúlea. Como ser apolíneo e equilibradamente dionisíaco?

Por isso, inspirei-me nos versos do Poeta Maior e “Penetrei surdamente no reino das palavras”. Convidando-as para que saíssem do estado de dicionário e me auxiliassem para expressar toda a Gratidão, Orgulho, Respeito e Admiração que tenho por esta Instituição de Ensino que completa 25 anos de glórias na Educação no Estado do Tocantins.

No CEULP, foram vivenciados 9 anos do meu caminhar como docente. Construímos juntos uma história de vida, de ensinamentos e de aprendizados que metaforizam belas páginas do livro do meu existencialismo profissional e humano.

Então, convido-lhes a folhear, por meio desta leitura, algumas páginas dessas vivências que suscitam e justificam o meu  AMOR por esta instituição educadora.

Como prefácio, registro que fui acolhida para o corpo docente do Ceulp em 2008. Esclareço o termo “acolhimento” porque fui recebida, e conjuntamente aceita e respeitada, também,   toda a minha trajetória de educação humanizada que recebi durante toda minha formação.

Cheguei análoga ao pouso de um pássaro que idealizava altos voos nas práticas pedagógicas. Enfatizo que nunca me impediram de “voar” de forma ousada. Entretanto, orientaram-me que a intrepidez para ensinar requer cuidados. Como, tão gentilmente, pontuou-me Adriana Ziemer “Nem tanto ao céu, nem tanto ao mar”.

Destarte, referenda-se Paulo Freire quando asseverou “Não é no silêncio que os homens se fazem, mas na palavra, no trabalho, na ação-reflexão”. Dessa forma, continuei na incumbência de fugir da conduta de mera reprodutora de conhecimento. Entretanto, passei a considerar a relevância do Equilíbrio Desafiador nessa missão de ser EDUCADORA.

E como era gratificante EDUCAR no CEULP! Pois, a diversidade das minhas turmas institucionais me permitiu exercitar, aperfeiçoar e potencializar a práxis da educação plural. Respeitando as diferenças e conscientizando para uma formação de sujeitos capacitados intelectualmente, críticos e conscientes da necessária participação na construção de um mundo mais igualitário.

E em se tratando de IGUALDADE-FRATERNIDADE, contemplava-a personificada pelos corredores do CEULP. Desde a entrada, pela cordialidade dos funcionários da portaria e estacionamento.  Estendendo-se à civilidade, presteza e eficiência no atendimento dispensado por todos os funcionários administrativos e diretivos. E, observava-a polidamente embelezada na harmoniosa e respeitosa relação entre nós, professores.

Logo, compreendi Confúcio quando afirmou ” Escolha um trabalho que você ame e não terás que trabalhar um único dia em sua vida”. Então, não somente trabalhei no CEULP/ULBRA, durante 9 anos, mas AMEI cada dia devotado a ensinar para a igualdade e exercício da cidadania.

Todavia, as páginas desse livro de memórias tiveram que ser encerradas, como o baixar de cortinas de um memorável espetáculo de conhecimento e aprendizado. “O pássaro” precisou alçar voo para tecer diálogos com outros horizontes. Mas a experiência adquirida no CENTRO UNIVERSITÁRIO LUTERANO de PALMAS se eternizou. Sacramentando os versos de Drummond “ As coisas findas, muito mais que lindas.. Essas ficarão”.

Então, remeto-me novamente à esfinge, afirmando que “Decifro-te”, pois compreendi que O CEULP/ULBRA excede e nos alcança de uma forma tão arguciosa e cativante que somos e seremos ORGULHO DE SER ULBRA PARA SEMPRE.