A autoestima feminina nas séries iniciais do ensino fundamental

O maior exemplo depois dos pais são os professores. Quem nunca teve um “tio” ou “tia” na época estudantil que sempre lembra agora na vida adulta? Na classe dos educadores o número maior de profissionais são mulheres e sua presença é significativa para alunos das séries iniciais até o 5º Ano.

Tendo essa visão, o Portal (En)Cena entrevistou a jovem Ana Patrícia Aires, estudante de Pedagogia que desde cedo vem atua nesta área. Ela começou nas classes dominicais da sua comunidade religiosa. Hoje, continua neste caminho, agora também exercendo a profissão de ensinar em colégio regular. Atualmente, Ana Patrícia leciona no Sesc Escola.

A professora Ana Patrícia Aires – Foto: Arquivo pessoal

(En)Cena – Conte um pouco da sua vida como educadora.

Ana Patrícia – Sou acadêmica do curso de Pedagogia da Universidade Federal do Tocantins, tenho 21 anos e há seis trabalho com crianças e tem cinco meses que comecei a trabalhar na escola regular. Sou estagiária auxiliar da professora regente, em uma turma de crianças com cinco anos de idade. Na escola em que eu trabalho, a Educação Infantil, se organiza em grupos conforme a faixa – etária das crianças. Eu dou aula no grupo 3 que é o de crianças com cinco anos, depois deste as crianças passam para o 1º ano do Ensino Fundamental. Tenho praticamente as mesmas atribuições da professora regente. Todas as segundas – feira é o meu dia de dar aulas, pois é o dia do planejamento da professora e ai eu que assumo o comando da sala, faço planejamento também, porque todos os dias tenho uma atividade para realizar.

(En)Cena – O que é autoestima, para você?

Ana Patrícia – Autoestima para mim é eu estar de bem com a vida e comigo mesma, confiante de que estou preparada para fazer aquilo que esteja sobre minha responsabilidade e fazer isso com amor e dedicação.

(En)Cena  – O que te motiva todos os dias?

Ana Patrícia – Já ouvi algumas pessoas falarem que quando a gente faz o que gosta a gente não trabalha. E o que me motiva todos os dias é isso, amo o que faço, amo meus alunos e o fato de saber que um dia vou olhar para trás e lembrar que de alguma forma pude fazer a diferença na vida de uma criança, é isso que me motiva todos os dias.

A professora Ana Patrícia Aires em atividade de sala de aula – Foto: Arquivo pessoal

(En)Cena  – Como são suas turmas?

Ana Patrícia – Eu dou aulas apenas em uma turma a maior parte do tempo. Ás vezes, quando falta algum professor ou troca entre nós estagiários é que dou aulas em outra turma, mas isso é muito raro acontecer. A minha turminha é muito boa, são crianças esforçadas na busca da construção do seu próprio conhecimento e nós professoras participamos como mediadoras deste processo.

(En)Cena  – Existe aquele aluno-problema, ou é apenas um mito?

Ana Patrícia – Existe sim, sempre tem aqueles que querem chamar a atenção a qualquer custo, mas eu penso que tudo depende dos professores, sabendo levar estes alunos no final dá tudo certo. Eu penso que está nas mãos do professor permitir ou não que um aluno com problemas de indisciplina, por exemplo, desestabilize ou não sua aula.

(En)Cena – Como lidar com alunos com algum tipo de problema emocional, psicológico ou social? Exemplo, um aluno muito tímido ou até agressivo.

Ana Patrícia – Nos exemplos citados acima, acredito que o professor deve se aproximar aos poucos destes alunos, na intenção de ganhar a confiança deles e tentar também aos poucos inseri-los no grupo, buscando sempre maios para se trabalhar o problema destes alunos.

(En)Cena  – Já houve casos extremos, momentos de alto estresse na sala de aula?

Ana Patrícia – Comigo sempre ocorreu tudo bem, nunca houve um momento como esses não.

A professora Ana Patrícia Aires em atividade de sala de aula – Foto: Arquivo pessoal

(En)Cena  – Interação com os alunos. Você é sempre a professora “tia”, ou você tem que assumir outro papel na sala de aula?

Ana Patrícia – Ah, eu sou a professora ‘tia’.. rsrs Procuro me aproximar ao máximo dos meus alunos, ganhar a confiança deles, mas sem deixar de ser a professora, sou muito carinhosa e demonstro isso a eles todos os dia, mas o respeito a mim enquanto professora deles nunca deixou de existir, tanto por parte deles como dos pais.

(En)Cena  – Para encerrar, o que você tira da sua vida como educadora para sua vida pessoal?

Ana Patrícia – O respeito às diferenças e amor que devo oferecer ao meu próximo seja ele quem for. Convivo com pessoas um tanto diferentes de mim, amá-los e respeitá-los é um desafio que me faz crescer enquanto ser humano.