Quilômetros que transformam – (En)Cena entrevista Gustavo Andrade

Muitos especialistas afirmam que a atividade física é um forte aliado na alteração no estilo de vida das pessoas, o que impacta diretamente na condição psicológica de quem à pratica.

Nos dias de hoje com academias cheias e praças lotadas de pessoas correndo, não é difícil encontrar alguém que defenda com unhas e dentes a prática esportiva como único caminho para uma transformação dos seres humanos, outrora deprimidos e reclusos. O (En)cena foi em busca de informações para tentar entender os estilo de vida de um jovem administrador de redes, que tem uma verdadeira paixão por esse esporte, Gustavo Andrade, 37 anos, “O pedal”.

Acordando às 5 da manhã e pedalando cerca de 1.000 KM por mês, Gustavo Andrade desperta reações diversas nas pessoas, da admiração a perplexidade por tamanha dedicação.

ASPEC grupo de ciclistas qual Gustavo faz parte / Arquivo Pessoal

(En)Cena:  Como o “pedal” entrou na sua vida?

Gustavo Andrade: Aprendi a pedalar com 6 anos de idade, me recordo que foi com muita insistência de meu pai, pois havia um certo bloqueio da minha pessoa, com relação a andar sem as ditas “rodinhas”. Pouco depois ganhei uma bicicleta BMX, e descobrir o bici-cross. Comecei a participar de campeonatos e ter resultados relevantes e desde então, nunca mais me separei da “magrela”.

Gustavo e suas primeiras pedaladas /  Arquivo pessoal

Com o passar dos anos, meu gosto por pedalar em estradas de chão, terrenos acidentados, trilhas e morros, apenas evoluiu dentro do esporte, passei do “bici-cross”, para o “Mountain Bike”, em 1991, e desde então sigo pedalando constantemente e buscando a evolução na mesma intensidade. No mountain bike, já pude ter a experiência de fazer expedições para o Jalapão (820 km), conhecer diversos atrativos turísticos de Palmas e região, bem como do Tocantins, pedalar na região litorânea da Bahia.

(En)Cena: Com que frequência pedala, qual é sua rotina?

Gustavo Andrade: Pedalo em média 5 vezes por semana, totalizando uma média de 1.000 km por mês, e na maioria das vezes antes do sol nascer, já estou pedalando. Gosto de alternar os treinos, visando uma melhoria do desenvolvimento muscular com uma média de 45 km, cada treino. Basicamente meus treinos são divididos em 3 tipos, são eles:

* Girar (pouca subida) sem fazer muita força;
* Muita força(muita subida);
* Longão misto (100 km +ou-)

(En)Cena: O que mudou na sua vida depois que começou a praticar esse esporte?

Gustavo Andrade: Fica difícil eu datar, quando comecei a pedalar, porque sempre me recordo de estar com uma bike! Mas dê 3 anos para cá, comecei a me preocupar mais com o meu desempenho, busquei orientações médicas e de profissionais de Educação Física. Desse período para cá, posso dizer que muita coisa mudou.

Comecei a me conscientizar e larguei hábitos antigos como beber constantemente, alimentar desregradamente, dormir tarde e consequentemente perdi muito peso, melhorei minha respiração, diminui o estresse, fiz novas amizades, me tornei uma pessoa mais feliz, reduzi meu colesterol, enfim ganhando uma qualidade de vida que anteriormente eu não tinha.

(En)Cena: Na sua opinião qual é o principal beneficio para quem pratica esse esporte?

Gustavo Andrade: Os benefícios são vários, vou enumerar alguns:

• Garante uma boa forma e ótima respiração;
• Melhoria do sono;
• Faz ser mais feliz;
• Evita o infarto;
• Combate o estresse e depressão;
• Molhara a relação sexual;
• Emagrece;
• Aumenta a imunidade;
• Trabalha os membros inferiores;
• Funciona como meio de transporte;
• Promove a sensação de liberdade.

(En)Cena: Algumas pessoas acham estranho sua dedicação ao pedal?

Gustavo Andrade: A maioria das pessoas acham um absurdo, quando relato como é minha rotina. Até mesmo quem está perto, muitas vezes não conseguem entender tanta dedicação e abdicação em prol do esporte. Estou cansado de ouvir: “Acordar 5 horas da manhã ? Pra pedalar? Em um sol desses? Tomando poeira? Correndo risco de me machucar??? Vou nunca…”

(En)Cena: Acredita que esse esporte possa colaborar para reversão de quadros depressivos?

Gustavo Andrade: O ato de pedalar envolve a qualidade de vida, e uma melhoria na saúde do ser humano, que já eleva e muito a chance da pessoa entrar em depressão. Mas tem um outro fator, que na minha opinião, ajuda bastante para isso também, que é o fator das amizades. Porque assim como existem pessoas que são “companheiras” para tantos outras atividades, para pedalar é da mesma forma. Você acaba se socializando muito e dificilmente ficará ou pedalará sozinho.

Gustavo Andrade / Arquivo Pessoal

(En)Cena: Entre todos os atrativos desse esporte, qual você destacaria, como o principal responsável por atrair tanta gente?

Gustavo Andrade: Dentre todos os benefícios que são muitos, seria até difícil enumerá-los, acredito que são 02 fatores são os principais e resumem bem o esporte, que são:

• Qualidade de vida absurda;
• Socialização.