Do planejamento à execução: o agrônomo como peça chave do desenvolvimento

Por Raabe Andrade - Estagiária de Jornalismo – Palmas-TO
08/07/2019 • Atualizado em 08/07/2019 17:06

Desde que foi regulamentada em 1933, a profissão de engenheiro agrônomo mudou muito. Hoje o agrônomo não desenvolve apenas a parte técnica, nem fica preso ao campo. Ele atua do marketing, inteligência de mercado, trocas, análise de risco até, de fato a produção agrícola, sem falar nos vastos campos de pesquisa. Ele deixa de ser um técnico, para ser um consultor. Nesta entrevista falamos com o coordenador do curso de Agronomia do Ceulp/Ulbra, Marcos Morais Soares, sobre o perfil e as vantagens de estudar Agronomia e ainda sobre o potencial dessa profissão no Brasil.

 

Ceulp/Ulbra: O Curso de Agronomia do Ceulp/Ulbra é bastante recente, tem apenas dois anos e meio. Mas nesse espaço de tempo, o que vocês já tiveram de ganho?

Marcos: Ano passado nós apresentamos 8 trabalhos de iniciação científica e já estamos desenvolvendo trabalhos de pesquisa, visando dois congressos que vão acontecer no ano que vem. Que são o Congresso Nacional de Milho e Sorgo, em outubro, e o de Sementes, em setembro. Estamos nos preparando desde agora, porque para você produzir um ciclo de experimentos demanda tempo, principalmente se for trabalhar com uma planta; desde o planejamento do experimento até sua colheita, pode demorar três, quatro, cinco meses, depende da cultura. Nossa intenção é levar muitos trabalhos, o objetivo é chegar a vinte, em cada congresso. E alguns dos nossos alunos já apresentaram trabalhos no Congresso Brasileiro de Sementes e no de Fertilidade. Também estamos com parcerias de pesquisa com a Embrapa, já em fase de pesquisa de campo e vamos firmar parcerias com empresas privadas neste sentido. E esse é um dos diferenciais do nosso curso no Ceulp: a área de pesquisa é muito forte. Porque uma grande reclamação dos outros cursos de Agronomia é que se tem muito pouca pesquisa, ou quase nenhuma. Então este realmente é o nosso foco, estamos com mais de vinte alunos envolvidos diretamente com pesquisa e a tendência é que semestre que vem esse número salte para 40 alunos, visando os congressos.

 

Ceulp/Ulbra: O que pode ser destacado sobre a infraestrutura do curso?

Marcos: Temos aqui uma vantagem muito grande que é a nossa fazenda escola estar sendo construída dentro do Ceulp/Ulbra, além disso temos uma área de campo toda irrigada e automatizada, a Casa de Vegetação, também uma parte de Agroecologia, onde temos produção orgânica. Assim o aluno não tem que se deslocar a grandes distâncias para realizar as práticas. Será implantando também a fruticultura e a olericultura, que são hortaliças e verduras. Lógico que para algumas disciplinas nós vamos ter que fazer visitas técnicas em grande áreas. Então os grandes maquinários e a produção em larga escala são vistos em visita técnica, mas a maior parte das práticas, temos tudo no próprio campus do Ceulp/Ulbra.

 

 

Ceulp/Ulbra: Como o curso tem se inserido na comunidade?

Marcos: Na instituição tem o Núcleo de Agroecologia muito forte, o Unitas Agroecológica. Por meio do nosso projeto de extensão, este grupo de agroecologia, recebe centenas de crianças, para as dinâmicas de educação ambiental. Nesse projeto as pessoas vem até aqui, mas também a partir do segundo semestre nós iremos até a escola. Vamos levar a ciência do solo, onde a maior parte das culturas são cultivadas, através de maquetes, palestras, e vamos também trazer esses alunos para dentro da instituição para estarem conhecendo não só essa parte de solo, mas também o curso de Agronomia.

 

Ceulp/Ulbra: Como um agrônomo pode atuar no mercado?

Marcos: A agronomia é uma profissão muito eclética, ele pode atuar em qualquer empresa de pesquisa agropecuária, produção de insumos, dentro de um banco na parte agrícola. Ele pode trabalhar em fazendas na produção agrícola, onde ele vai dar consultoria ou trabalhar fixo. Pode fazer revenda de insumos agrícolas, defensivos, fertilizantes ou sementes, pode trabalhar na bolsa de valores fazendo a comercialização de commodities, ou na parte de extensão rural para pequeno, médio e grande produtor, fora os muitos concursos que temos na parte agronômica em prefeituras, a nível estadual e federal. E também quando ele acaba a graduação, ele pode iniciar um mestrado, uma pós graduação e depois conseguir vaga em empresas que trabalham com pesquisa de ponta e até mesmo fazer um concurso para docente. 

 

Ceulp/Ulbra: Como você enxerga a importância do agrônomo em nossa sociedade?

Marcos: O agrônomo é responsável desde a parte de planejamento, execução e condução, à parte de colheita, processamento, armazenamento e comercialização do setor agrícola. Praticamente um quarto do PIB no nosso país hoje, é em função do agronegócio. Isso mostra a grande força que tem o país em relação à agricultura e isso é real, não vai ser reduzido, pelo contrário. A tendência é que a participação do agronegócio no PIB do país só aumente a cada ano, porque o nosso país é agrícola, nós nos destacamos em praticamente todas as culturas, quando comparamos aos outros países. E onde está o agrônomo nesse processo? Como ele pode atuar em toda a cadeia produtiva, ele é o principal agente de promoção desse desenvolvimento. Lógico, há vários cursos que atuam dentro da cadeia produtiva, o engenheiro florestal, agrícola, administrador, o médico veterinário, até um advogado na parte de legislação agrária e ambiental, mas o principal agente de promoção desse desenvolvimento agrícola no nosso país, é o agrônomo. É a única formação que realmente dá condições para que ele seja esse profissional.

 

 

Marcos Morais Soares é graduado na UFV, Universidade Federal de Viçosa, possui Mestrado, Doutorado e Pós-Doutorado em Fitotecnia (Produção Vegetal) pela mesma universidade e especialização em Tecnologia e Produção de Sementes (UFPel) e Proteção de Plantas (UFV). Atua como coordenador no curso de Agronomia do Centro Universitário Luterano de Palmas (Ceulp/Ulbra) há dois anos e meio.

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