Preservação da memória dos reassentados é tema de projeto vencedor em Jornada

O trabalho foi desenvolvido por docente e discente do Ceulp/Ulbra no reassentamento Flor da Serra, em Porto Nacional

Por Isabella Santa Rosa - Estagiária de Jornalismo – Palmas-TO
11/11/2019 • Atualizado em 11/11/2019 09:27

Com o tema “Ciência & Tecnologia para o Desenvolvimento Sustentável”, a XIX Jornada de Iniciação Científica do Centro Universitário Luterano de Palmas - Ceulp/Ulbra aconteceu em outubro, e focado em oportunizar aos jovens pesquisadores a apresentação dos trabalhos científicos desenvolvidos, incentivar a pesquisa, gerar novos conhecimentos, além de proporcionar intercâmbio entre os pesquisadores e estudantes, o evento contou com 160 apresentações.

 

Os trabalhos foram apresentados nas categorias Ciências Agrárias e Biológicas, Ciências Exatas e da Terra, Ciências Humanas, Ciências da Saúde, Ciências Sociais Aplicadas e Engenharias, e os três melhores trabalhos em cada grande área receberam o prêmio Jovem Pesquisador, anualmente oferecido pelo Ceulp/Ulbra. O primeiro lugar na categoria Ciências Sociais Aplicadas foi para o estudante do 9º período de Direito, Gilson José Pereira dos Santos, que expôs a pesquisa “Recordações de reassentados: experiências e lamentos”.

 

A pesquisa se originou do projeto comandado pela professora Maria de Fátima Medina “Vozes do reassentamento Flor da Serra: memória, identidade e pertencimento?”, que já estava em andamento. A pesquisa foi realizada por meio de estudo de caso, com intermédio de técnicas de transcrição. “A partir da coleta de narrativas feitas in loco, no Flor da Serra, nos foi possibilitado transcrever aquelas histórias, a fim de que sejam preservadas a cultura e identidade dos reassentados e também evidenciar os problemas trazidos pelo deslocamento compulsório, dos atingidos por barragem.”, explica Gilson.

 

O projeto foi desenvolvido no reassentamento Flor da Serra, em Porto Nacional, e buscou mostrar as dificuldades que o deslocamento obrigatório por conta da construção da hidrelétrica de Lajeado causou nas atividades agrícolas e pesqueiras da comunidade.

 

Gilson conta que se preparou ao longo de um ano para apresentar sua pesquisa e que a experiência foi única e gratificante, que não esperava conquistar o prêmio, já que foi sua primeira participação, “significou muito para mim e espero que tenha deixado uma mensagem positiva com o meu trabalho, pois é necessário estudar formas de preservar a dignidade da pessoa humana e dar voz aos atingidos por barragem, diante dos deslocamentos compulsórios, pois as pessoas constroem a vida em seus lares e subitamente tudo fica embaixo d’água, como bem destacou um reassentado. O que fez a Jornada ser extraordinária foi expor diante da comunidade acadêmica um problema que por vezes é ignorado e também o árduo caminho traçado ao longo do ano, nessa escalada há um grande crescimento pessoal.”

 

O estudante ainda ressalta a importância da Jornada para o crescimento pessoal e acadêmico, “a Jornada possibilita que o estudante reflita quanto ao seu papel na sociedade e o que pode realizar para amenizar os sofrimentos do mundo. Em mim fortificou a ideia de que a teoria não é nada quando não é aplicada. É maravilhoso pensar assim, pois eu enquanto estudante de direito e futuro profissional da área, tenho obrigação de cooperar para um mundo melhor, com mais igualdade e dignidade. Caso contrário não passarei de mais um número no mercado de trabalho, vivendo em uma redoma onde não há preocupação com o próximo.”

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