Autor(es): THAYS RACHEL VILAS BOAS

Palavras-chave: Clorexidina, Endodontia, para-cloroanilina

Defendido/Publicado em: 2018-06-15

Orientador(a): Eduardo Fernandes Marques

Curso: Odontologia


O sucesso da terapia endodôntica está relacionado a limpeza, anti-sepsia,
escultura e obturação hermética dos canais radiculares, todavia, o preparo
biomecânico não gera redução microbiana suficiente na totalidade dos casos.
Devido à inconfiabilidade inerente ao tratamento, parte dos casos ainda resulta em
insucesso. O digluconato de clorexidina vem sendo empregado na endodontia
devido ao amplo espectro de ação principalmente contra "Enterococcus faecalis" e
"Candida albicans". No entanto, a estrutura molecular da clorexidina, quando
exposta a níveis elevados de pH, temperatura e associação a outras soluções
irrigadoras pode se decompor em radicais livres e formar a para-cloroanilina, que é
uma substância de cor escurecida, insolúvel e classificada como possível agente
carcinogênico em humanos pela IARC. O objetivo deste estudo foi analisar a
formação da para-cloroanilina frente a protocolos de associações de soluções
irrigadoras no preparo químico-mecânico. Foram selecionados 50 pré-molares
inferiores humanos, realizada a cirurgia de acesso, preparo do terço cervical com
limas rotatórias prodesign S e odontometria. Os espécimes foram distribuídos
aleatoriamente em 5 grupos (n=10): G1 – instrumentação rotatória com limas
Prodesign S (IRPS) e irrigação com hipoclorito de sódio e EDTA; G2 – (IRPS),
irrigação com clorexidina e EDTA; G3 –(IRPS), irrigação com hipoclorito de sódio
associado a EDTA e clorexidina; G4 – (IRPS), irrigação com hipoclorito de sódio,
soro fisiológico, EDTA e clorexidina; G5 –(IRPS), irrigação com hipoclorito de sódio
associado a clorexidina, EDTA e hipoclorito de sódio. Após o preparo químico
mecânico os espécimes foram secados com cones absorventes e clivados no
sentido mésio-distal. Posteriormente, analisados no microscópio operatório no terço
cervical, médio e apical para identificação da formação da para-cloroanilina. Os
resultados permitiram constatar a formação de para-cloroanilina no Grupo
Experimental 5, no qual o Hipoclorito de Sódio 2,5% foi associado a Clorexidina 2%
e utilizados como solução irrigadora durante o preparo químico mecânico. Pôde se

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observar que nos outros grupos experimentais onde o uso de Clorexidina 2% e do

Hipoclorito de Sódio 2,5% em um mesmo conduto radicular no preparo químico-
mecânico foi seguro em relação a não formação de para-cloroanilina desde que no

protocolo de associação dos irrigantes estes sejam utilizados separadamente e após
o conduto ser completamente seco com sugadores endodônticos e cones de papeis
absorventes, afim de ausentar ou minimizar riscos sistêmicos e/ou locais durante ou
após sua aplicação terapêutica.


Como citar

BOAS, T. R. V. Análise da formação da para-cloroanilina frente a protocolos de associações de soluções irrigadoras no preparo químico-mecânico. 2018. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Odontologia). Centro Universitário Luterano de Palmas, Palmas, Tocantins, 2018. Disponível em: <http://ulbra-to.br/bibliotecadigital/publico/home/documento/290>. Acesso em: 17 maio. 2024