Uma das coisas que mais se espera de uma pessoa é coerência, ou seja, discurso e prática precisam estar alinhados. Quando isso não é percebido, geralmente acontece a frustração e a perda de credibilidade. Isso acontece com pessoas, mas também com organizações, com empresas e com a própria igreja.
Inúmeros relacionamentos se desfazem pela falta de coerência. Mas, olhando mais atentamente, vamos perceber que, de fato, ninguém é coerente em sua essência. Todos lidamos com nossos discursos e ideais, tendo, porém, um pouco mais de dificuldade de lidar com nossas contradições e incoerências. É comum nos percebermos numa fala animada e, de repente, nos darmos conta de que, na realidade, não agimos de acordo com o que falamos.
Então, antes de tudo, é preciso ter consciência de que ninguém é coerente por inteiro. Somos uma tentativa, uma possibilidade, uma busca. Estamos a caminho e, nesse caminho, procuramos nos constituir e somos constituídos pela realidade que nos cerca, assim como somos agentes de sua constituição. Não somos seres absolutos, perfeitos, completos, acabados. Somos humanos, como humanas são as organizações e a própria igreja. Somos falhos, pecadores e, em decorrência, incoerentes. Porém Deus não nos pede para que usemos máscaras, na tentativa de demonstrar o que de fato não somos. Somos o que somos e Deus, em Cristo, mostra o quanto nos ama e de fato nos ama. Em Cristo somos perdoados e aceitos apesar de nossas imperfeições e incoerências. Isso é importante e definidor.
Em Cristo há o convite para a sincera decisão de viver a verdade, a sinceridade, a correção e a justiça. E, sob seu amor, nos juntamos ao povo de Deus, dizendo: “Louvem o Senhor, nosso Deus” (Sl 99.9).
Oremos: Senhor Jesus, ajuda-nos em nossas incoerências e guia-nos sempre para a verdade do teu amor. Amém.