Este trabalho tem como objetivo analisar as narrativas de sofrimento sobre o trabalho de uma agente penitenciária. Para que seja alcançado esse propósito buscou-se identificar e descrever as narrativas de sofrimento de uma agente penitenciária sobre o seu contexto laboral. Com relação ao método, a finalidade foi baseada em uma pesquisa aplicada, de natureza qualitativa, com o objetivo descritivo. Foi realizada uma pesquisa de campo através de um estudo de caso com uma trabalhadora de uma Unidade Prisional Feminina. Utilizou-se de uma entrevista semiestruturada, desenvolvida por Facas (2009). Obteve resultados com relação a alguns elementos da organização do trabalho prescrito e real do trabalho – Eixo I (MENDES; ARAUJO, 2012): tipos de tarefa, divisão do trabalho, responsabilidades e riscos, ritmos, exigências técnicas, relação entre os pares; além disso, observaram-se algumas estratégias de mobilização subjetiva – Eixo II – para lidar com os sofrimentos e dificuldades encontradas no dia-a-dia: inteligência prática, espaços de discussão, cooperação. No discurso da trabalhadora, a partir desses componentes, verificaram-se questões voltadas à aceleração do trabalho, intensificação das jornadas laborais, além da precarização, como falta de materiais para realizarem atividades básicas do dia a dia. Somando-se a isso, percebeu-se em alguns momentos o distanciamento do prescrito e real do trabalho e o sofrimento atrelado a esse distanciamento. Entretanto, mesmo com os obstáculos que encontra em seu trabalho, a trabalhadora relatou que ainda consegue gostar do que faz e sentir prazer no serviço que desempenha. Além desses resultados encontrados, notou-se a importância que o trabalho possui na vida da trabalhadora. Diante do exposto, pode-se considerar que os objetivos da pesquisa conseguiram ser alcançados, pois foi possível conhecer as narrativas da agente sobre seu trabalho, além de identificar os sofrimentos da trabalhadora a partir dessas narrativas.