A mudança do corpo infantil para a adolescência pode trazer grandes estranhezas para esse novo jovem e lidar com uma nova imagem corporal pode não ser uma tarefa fácil. As mudanças físicas são rapidamente percebidas, o corpo começa a se desenvolver rapidamente entrando em um processo de amadurecimento físico e emocional. A chegada da menarca para a menina é um dos eventos que marcam essa passagem. Esta pesquisa abordou a questão da perda do corpo infantil feminino com a chegada da adolescência e se há diferenças existem nesta perda entre as gerações e quais são elas, verificando se é possível estabelecer uma relação da perda do corpo infantil para adolescência com o modelo dos cinco estágios diante do luto ou de notícias dolorosas, propostos por Elisabeth Kübler-Ross: negação, raiva, barganha, depressão e aceitação e as três fases do luto proposto por Aberastury, sendo eles: o luto pelo corpo infantil, o luto pelo papel da identidade infantil e o luto pelos pais da infância. Quanto à metodologia, a pesquisa definiu-se como pesquisa básica, de natureza qualitativa e exploratória; quanto ao procedimento metodológico a pesquisa se caracterizou como estudo de caso. A realização da pesquisa ocorreu no Serviço de Psicologia (SEPSI) do Centro Universitário Luterano de Palmas – CEULP/ULBRA. O tipo de instrumento que foi utilizado para a coleta dos dados foi a entrevista semiestruturada. Foram realizados dois encontros individuais com cada integrante de cada família, e um encontro em grupo com todas as participantes da mesma família. Deste modo, esta pesquisa contribuiu para a compreensão deste processo que ocorre com a chegada da menarca, e para a construção de estratégias que visem amenizar o sofrimento que porventura as mulheres podem vivenciar no período dessa transição.