Educação e Direitos Humanos
“Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele, ou por sua origem, ou sua religião. Para odiar, as pessoas precisam aprender, e se elas aprendem a odiar, podem ser ensinadas a amar, pois o amor chega mais naturalmente ao coração humano do que o seu oposto. A bondade humana é uma chama que pode ser oculta, jamais extinta”. (Nelson Mandela)
No próximo mês de outubro ocorre a XVI Jornada Científica do CEULP/ULBRA, que este ano tem como tema os “direitos humanos” e as implicações desta dinâmica nos estudos contemporâneos. O momento será uma grande oportunidade para que acadêmicos, docentes, pesquisadores e extensionistas possam discutir um dos temas mais emergentes deste século, afinal para que haja mudanças significativas na sociedade, é necessário que tal mudança/entendimento ocorra acerca da própria condição humana.
Além disso, como afirmou inúmeras vezes o ex-presidente Sul-Africano e Nobel da Paz Nelson Mandela, se os próprios homens criaram a pobreza – já que a natureza é celeiro de tudo o que se precisa –, está no próprio homem a responsabilidade para acabar com esta pobreza. E nada melhor que a educação para ser a grande propulsora deste processo, como defendeu Mandela, ao destacar o caráter libertário do conhecimento.
Neste mesmo sentido, o historiador brasileiro Leandro Karnal enfatiza que a maior das pobrezas está na incapacidade de ver beleza na diversidade humana. Assim, o perfil acadêmico contemporâneo deve passar, antes de tudo, pela defesa das diferenças como condição básica da existência e criatividade humanas, condição esta que propicia singularidades identitárias e originalidade em todas as esferas de atuação e de construção de conhecimento.
O tema é particularmente importante tendo em vista que nos últimos anos, de acordo com a Human Right Risk, vem aumentando significativamente, em todo o mundo, as ameaças aos direitos humanos. Embora o Brasil não represente “risco extremo” nesta área, está entre os países com “alto risco” de experimentar revezes nos direitos já alcançados. E, como bem pontuaram Karnal e Mandela, os novos parâmetros de civilidade e boa convivência passam invariavelmente pelo respeito, pela dignidade humana, e pelo apreço à diferença.
Desta forma, as produções acadêmicas no campo da pesquisa e da extensão – sem falar no próprio esforço cotidiano, no ensino, em torno da inclusão – devem discutir, investigar e sinalizar caminhos que impactem de forma positiva no desenvolvimento do ser humano em todas as suas frentes. Esta é uma das chaves para uma sociedade mais justa e politicamente mais engajada, tendo o princípio da fraternidade – defendida desde o Iluminismo – como norteador e garantidor de uma mediação ética perene. A educação é uma das chaves desta mudança.