XVIII Jornada de Iniciação Científica do CEULP/ULBRA

16 e 17 de Outubro de 2018

Apresentação

Em busca de uma Ciência que contemple a(s) Humanidade(s)

Por Sonielson Luciano de Sousa

A ciência está no cerne da busca humana por sentido e nasce de uma inquietação que impele para uma quebra dos limites impostos pela natureza. Ela procura respostas plausíveis a diferentes questões que se inscrevem no campo da técnica ou na dimensão existencial. Deste modo, uma das atividades que melhor definem a humanidade é justamente o fazer científico. Para que de fato atenda a seu intento, este conjunto de práticas, processos investigativos e acúmulo de saberes devem estar alinhados ao desenvolvimento humano.

Como diz Michael Sandel, uma ciência sem humanidade(s) torna-se um objeto inócuo, sem legitimidade. É para o progresso humano e, de quebra, para a sua relação com todas as esferas da vida – como a Ecologia, a Física, a Mente, a Saúde e a própria Natureza, dentre outros – que a investigação dos fenômenos naturais faz sentido, desde que balizados por ética e justiça.

Com isso, a XVIII Jornada de Iniciação Científica do Ceulp/Ulbra, que ocorre entre 16 e 17 de outubro de 2018, contempla o tema ‘Ciências e Humanidades’, cujo objetivo é despertar nos jovens pesquisadores a necessidade de aderir às narrativas humanistas, independente de suas áreas de origem/atuação. O esforço faz jus aos antepassados do saber, que desde o período renascentista e da Reforma Protestante, passando pela revolução humanista liberal nascente no Iluminismo, reconhecem e legitimam os saberes humanos como dispositivos em potência e ato, capazes de imprimir mudanças significativas na qualidade de vida.

E muito embora o desenvolvimento científico, no século passado, tenha sido acusado de ter se reduzido a um cientificismo tecnicista, mais recentemente a (re)valorização da condição humana e sua ligação com o cosmos, como pontua Edgard Morin, retoma os ideais présocráticos ao tentar unir o Ser a toda uma integralidade da existência, sem negligenciar nem o imanente – palpável – nem o transcendente – incognoscível.

A contenda é enorme, tendo em vista os paradigmas vigentes, mas se trata de um bom combate. E os resultados são perfeitamente alcançáveis, sobretudo a partir do olhar de jovens pesquisadores, que têm nos desafios o combustível para a transformação individual e coletiva. No mais, tanto a ciência quanto a humanidade, imbricadas, se movem a partir destes desafios. Que eles desvelem, portanto, o melhor para todos.