Resumo

A complexidade da anatomia do sistema de canais radiculares constitui um desafio contínuo para o endodontista. A morfologia do primeiro molar superior permanente contém inúmeras variações, referentes ao número de raízes e de canais. Assim, o sucesso do tratamento endodôntico está relacionado ao domínio da anatomia. Apresentar caso em um primeiro molar superior com sete canais radiculares. Paciente melanoderma, 17 anos, foi atendida na clínica multidisciplinar. Nos exames clínico e radiográfico foi constatada cárie extensa no elemento 26. No exame radiográfico observou-se área radiolúcida circunscrevendo os ápices das raízes deste elemento dental. Por meio da exploração com lima 10 K, foi encontrada anatomia atípica com canais extras: Canal mésio-vestivular 1, mésio-vestibular 2, mésio vestibular 3, disto-vestibular 1, disto-vestibular 2, palatino 1 e palatino 2. Após a consulta, foi solicitada uma tomografia computadorizada. Na segunda sessão, a medicação foi removida, recapitulação das limas, irrigação com hipoclorito de sódio a 2,5% e irrigação final com EDTA agitado com inserto ultrassônico e obturação termoplástica. Após toda a sequência clínica, foi solicitada uma nova tomografia computadorizada e então a restauração final foi realizada. O cirurgião-dentista deve estar atento as diversidades anatômicas, desta forma evitando insucessos. O elemento permanece assintomático e desempenhando suas funções.