BORDERLINE:

COMPREENSÃO DOS VÍNCULOS AFETIVOS EXPRESSOS NA VARIAÇÃO ENTRE A DEPENDÊNCIA EMOCIONAL À INDIFERENÇA NAS RELAÇÕES

Resumo

O presente trabalho visa a apresentação de um caso Borderline, com ênfase na organização do funcionamento psíquico, na dinâmica familiar e interações sociais, através do método de Rorschach e da abordagem sistêmica. O método utilizado foi o clínico qualitativo com estudo de caso e foram priorizados os dados associados à perturbação da identidade e a construção dos vínculos afetivos. O objetivo foi identificar associações entre a Representação de si e Representação de Objeto, a fim de interpretar os padrões de relacionamentos que evidenciam a compreensão dos vínculos afetivos expressos na variação entre a dependência emocional à indiferença nas relações. Os resultados revelaram que o Borderline apresenta dificuldades nos limites internos e externos e na capacidade de lidar com a fragmentação da identidade. Os pacientes limítrofes têm características que afetam a capacidade empática, ou seja, dificuldades em corresponder às expectativas e necessidades, tornando-os desregulados afetivamente, sendo intensos demais ou muito superficiais na maneira de investir nas relações. Esta organização de personalidade favorece a vulnerabilidade às frustrações, o temor do abandono e o sentimento de vazio, por não conseguir atingir a estabilidade nas representações “boas” e “más” sobre o outro. Nesta perspectiva, a necessidade de afeto se instala de modo variável, revelando a natureza impenetrável dos vínculos. A relevância do estudo nos faz compreender, de maneira profundada, a personalidade Borderline, o que afeta não só a vida destes pacientes, mas também o modo de se relacionar e de se manifestar no convívio social e com seus familiares. Ambos os métodos, oferecem instrumentos que se prestam a medir as características, tanto com relação à dinâmica individual quanto à dinâmica relacional. Pretende-se com o estudo, propor aos profissionais e interessados neste tema, discussões e estratégias a fim de realizar uma avaliação ou direcionamento clínico para que estes indivíduos possam se adaptar melhor às manifestações desse sofrimento.