O SUJEITO DA PSICANÁLISE E SUA FACE TRÁGICA

EFEITO DO DESEJO

  • Rita de Cássia de Araújo Almeida Prefeitura de Juiz de Fora
Palavras-chave: Psicanálise, Desejo, Ética, Ciência

Resumo

A ciência moderna, na sua busca por um método que fosse capaz de conhecer o objeto sem as influências subjetivas do pesquisador, elide o sujeito. A psicanálise surge, então, para cuidar do sujeito, do componente trágico que lhe concerne e que a ciência rejeitou. Em lugar do “penso logo sou” cartesiano, que supõe uma unidade do ser, Freud propõe o “eu não é senhor da sua casa”, para dizer de um eu que não é todo explicado pela razão. Nessa perspectiva, o desejo não pode ser confundido com uma vontade racional e consciente, da qual o eu teria total controle. A ética da psicanálise é aquela que convoca o sujeito a prestar contas frente ao próprio desejo, que ele não comanda, mas do qual é sempre responsável. A psicanálise está disposta a não recuar do componente trágico que nos constitui, pois entende que recuar dessa dimensão trágica é produzir seres repetidos, como os objetos em série produzidos pela ciência. Por outro lado, a ciência, na tentativa de buscar um saber universal que silencie o mal-estar, escolhe recalcar o desejo.

Biografia do Autor

Rita de Cássia de Araújo Almeida, Prefeitura de Juiz de Fora

Graduada em Educação Física e Psicologia pela UFJF. Possui mestrado em Educação pela Universidade Federal de Juiz de Fora (2009). Doutoranda em Educação Pela UFJF. Atualmente é professora de educação física da Prefeitura Municipal de Juiz de Fora. Diretora Técnica da COOPSAM (Cooperativa de Trabalhadores em Saúde Mental). Professora na Pós Graduação em Saúde Mental na Faculdade Estácio de Sá.Tem experiência na área de Psicologia, com ênfase em Psicanálise, atuando principalmente nos seguintes temas: psicanálise, saúde pública, saúde mental, educação, educação inclusiva, teorias da aprendizagem. Foi professora substituta na UFJF para a disciplina Psicologia da Aprendizagem.

Publicado
2019-04-04