O ADOLESCENTE AUTOR DE ATO INFRACIONAL

ENCARCERAMENTO OU SOCIOEDUCAÇÃO?

  • Rosana Carneiro Tavares Pontifícia Universidade Católica de Goias
  • Sonia Margarida Gomes Sousa Pontifícia Universidade Católica de Goiás
Palavras-chave: adolescente autor de ato infracional, desinstitucionalização, judicialização, psicologia e políticas públicas

Resumo

Este artigo, resultado de pesquisa realizada no Programa de Pós-Graduação em Psicologia da PUC Goiás, apresenta os significados da desinstitucionalização do adolescente que têm permeado a aplicação das medidas socioeducativas pelos Operadores do Direito. É um estudo qualitativo, referenciado na Teoria Sócio Histórica, de Vigotski, e faz interface entre a psicologia e as políticas públicas para o adolescente. Foram realizadas entrevistas individuais com duas juízas, dois promotores públicos e uma defensora pública (todos atuando na Vara da Infância e Juventude, do estado do Tocantins). A análise das falas apresenta a execução das medidas socioeducativas pouco sustentada em parâmetros legais e ancorada em modelos personalistas. Os resultados destacam a permanência da lógica da internação/sanção na atenção ao adolescente autor de ato infracional; o não fortalecimento da rede de cuidados e proteção do adolescente; a retirada do poder familiar, por parte do sistema de justiça; e um descrédito na efetividade das medidas em meio aberto. Discute-se a importância da interdisciplinaridade para a efetiva produção de ações socioeducativas e da psicologia crítica, como saber fundamental no diálogo com o sistema de justiça.

Biografia do Autor

Rosana Carneiro Tavares, Pontifícia Universidade Católica de Goias

Psicóloga, doutora em psicologia pela PUC Goiás (2014), mestra em psicologia (2007) e especialista em saúde mental (2005), pela Universidade Católica de Goiás, e em Políticas Públicas (2003), pela Universidade Federal de Goiás (UFG). Professora Assistente da PUC Goiás. Assessora de Pesquisa do Instituto Dom Fernando, vinculado à Pró-Reitoria de Extensão e Apoio Estudantil da PUC Goiás. Psicóloga concursada da Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia. Experiência no ensino presencial e a distância, na graduação e pós-graduação. Atua na área de Psicologia Social, Saúde Coletiva e Políticas Públicas, com ênfase em processos grupais e saúde mental. Trabalha principalmente com os seguintes temas: dialética inclusão/exclusão social, Teoria Sócio Histórica, processos de trabalho em saúde, saúde coletiva, saúde mental e reforma psiquiátrica. Membro do Grupo de Pesquisa da Infância, Família e Sociedade (GIFS), desenvolve pesquisa no campo das políticas públicas; dos direitos sociais; da infância e adolescência; e da saúde mental. Professora credenciada no Programa de Pós-Graduação Stricto-Sensu de Serviço Social da PUC Goiás. Faz parte do GT de Psicologia Sócio-Histórica da ANPEPP. E-mail: rosana.carneirotavares@gmail.com

Sonia Margarida Gomes Sousa, Pontifícia Universidade Católica de Goiás

Psicóloga (bacharel, licenciada e psicóloga) pela UCG, (1985), mestre e doutora em Psicologia Social pela PUC-SP (1994 e 2001). É professora titular da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (Escola de Ciências Sociais e da Saúde. Programa de Pós-Graduação em Psicologia e Curso de Psicologia). Foi Diretora do Instituto Dom Fernando - Especializado nas temáticas da infância, adolescência, juventude e família, vinculado à Pró-Reitoria de Extensão e Apoio Estudantil (PROEX/PUC Goiás) no período de 2005 a 2008. Foi Pró-Reitora de Extensão e Apoio Estudantil da PUC Goiás no período de 2008 a 2010. Atualmente é Pró-Reitora de Graduação (a partir de 2010). Tem experiência na área de Psicologia, com ênfase em Psicologia Social, atuando principalmente nos seguintes temas: aspectos psicossociais da infância, adolescência, juventude e família; psicologia social crítica; educação infantil; dialética exclusão/inclusão social e teoria sócio-histórica

Publicado
2019-04-04