NARRATIVAS DE MULHERES NEGRAS NO YOUTUBE

Palavras-chave: YouTubeBlack, Mulheres negras, Análise de narrativas

Resumo

O objetivo central desta pesquisa é identificar como mulheres negras se autorrepresentam em canais do YouTube e compreender suas narrativas na contemporaneidade. No âmbito do objeto de estudo, é desenvolvida a partir de um conjunto de sete vídeos produzidos e publicados pelo YouTube Brasil, com narrativas de Camila Nunes, Gabi Oliveira, Luci Gonçalves, Mari Ribeiro, Nátaly Nery, Tia Má e Ramana Borba. As publicações integram a campanha YouTubeBlack, em comemoração ao dia da Consciência Negra no país, no ano de 2017. O aporte teórico escolhido foram os Estudos Culturais, uma vez que a abordagem sob essa perspectiva indica que artefatos culturais podem produzir novos comportamentos sociais. O trabalho também propõe uma reflexão sobre as heranças escravocratas do período colonial, a construção da representação social e da identidade da mulher negra no Brasil. Com base nos ensinamentos de Kozinets (2014), por se tratar de uma pesquisa de campo on-line que se dedica à interpretação de fenômenos que acontecem a partir da interação de pessoas no mundo virtual, utilizou-se como estratégia metodológica a netnografia. Para a análise dos dados, também empregou-se como método a análise de narrativas, a partir do plano da metanarrativa, proposto por Motta (2013). A apreciação dos relatos sob esse aspecto possibilita a percepção de temas ou motivos que levam o narrador a expressar-se da forma que o fazem e a compreensão mais profunda da estrutura social e dos modelos de mundo nas quais estão inseridos. A análise do material demonstrou que representação, representatividade, interseccionalidade e feminismo negro são temáticas que se entremeiam no decorrer das falas das sete entrevistadas e que, algumas vezes, surgem implicitamente

 

Biografia do Autor

Maria Lucia Adriana Silva Gomes, Universidade Federal do Tocantins

Mestra em Comunicação e Sociedade pela Universidade Federal do Tocantins (UFT), especialista em Ensino de Comunicação/Jornalismo: Temas Contemporâneos (UFT - 2017), graduada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo também pela UFT (2010) e em Direito pela Universidade Estadual do Tocantins (Unitins - 2017).

Amanda Maurício Pereira Leite, Universidade Federal do Tocantins

Doutora e Mestre em Educação pelo Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de Santa Catarina - Linha da Pesquisa: Educação e Comunicação (UFSC/PPGE/ECO). Fotógrafa com formação pelo Departamento Artístico Cultural (UFSC/DAC). Pedagoga formada pela Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT). Coordenadora do Coletivo 50º - pesquisa e prática fotográfica. Pesquisadora do Grupo Transver - estudos de fronteira entre: Educação, Comunicação e Arte (UFT). Pesquisadora do Coletivo Tecendo: cultura, arte, educação (UFSC). Professora do Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Sociedade da Universidade Federal do Tocantins (PPGCOM/UFT). As pesquisas atuais situam-se no campo dos Estudos Culturais e desejam pensar a Educação (Didática e as Práticas de Ensino) a partir de perspectivas pós-estruturalistas junto à filosofias da diferença. Gosta de narrativas com imagens - criações que mesclem realidade/ficção e desassosseguem o olhar do espectador. Busca dispositivos que estimulem a pensar a produção de visualidades na contemporaneidade, práticas estéticas e artísticas na formação de professores/as e estudantes.Também se interessa pelo processo criativo da Fotografia. Outras linhas de pesquisa estão vinculadas à prática pedagógica docente, são estudos de gênero, literatura infanto-juvenil, música, cinema e Pedagogias Culturais nos processos de ensino e aprendizagem. Estudos que articulem sempre Educação, Comunicação e Arte.

Publicado
2023-04-30