MODULAÇÃO DA MICROBIOTA INTESTINAL POR PROBIÓTICOS COMO ALTERNATIVA PARA O TRATAMENTO DA DEPRESSÃO: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Resumo
A depressão é considerada uma das doenças que mais geram incapacidade em todo o mundo, com mecanismo fisiopatológico ainda inconclusivo, porém estudos tem evidenciado a sua relação com a microbiota intestinal em estado de disbiose. O presente trabalho de revisão bibliográfica teve como objetivo descrever o mecanismo de comunicação entre o eixo intestino-cérebro, a relação entre a disbiose intestinal e manifestação da depressão bem como a modulação da microbiota intestinal, mediante o uso de probióticos, e implicações na sintomatologia relacionada a depressão. Para tanto, a pesquisa bibliográfica foi elaborada a partir de periódicos científicos nacionais e internacionais, publicados no período de 2002 a 2020 e indexados nas bases de dados disponibilizadas no Portal Periódicos CAPES, Scientific Eletronic Library Online – SciELO e Business Source Complete—EBSCO. A importância dos microrganismos intestinais na regulação do eixo intestino-cérebro e nos distúrbios relacionados a essa via, os quais podem estar associados às alterações cerebrais envolvidas no desenvolvimento da depressão, são bem estabelecidos. Estudos clínicos envolvendo idosos, gestantes e público em geral, os quais receberam formulações probióticas, incluindo diferentes cepas bacterianas evidenciaram que, com a modulação da microbiota intestinal, o estresse relacionado a depressão bem como sintomas depressivos manifestados pelos pacientes foram atenuados, quando em comparação com os pacientes do grupo placebo. Mais investigações são necessárias para corroborar com as evidências aqui apresentadas, com vistas a validar o emprego de probióticos como uma alternativa no tratamento da depressão.