Participação nos resultados paga por empresas vai engordar o bolso de 230 mil

22/03/2012

Os metalúrgicos de Belo Horizonte, Contagem e Betim, na Grande BH, abrem a temporada deste ano de negociação das gratificações a título de participação dos trabalhadores nos lucros ou resultados das empresas (PLR) apostando na recuperação da atividade industrial no segundo semestre. Com um balanço positivo da remuneração extraordinária oferecida a categorias profissionais de peso em Minas Gerais no ano passado, os pagamentos relativos a 2011 que estão sendo feitos neste trimestre deverão representar, até o fim deste mês, uma injeção de recursos estimada em R$ 384 milhões pelos sindicatos de trabalhadores. O valor contempla pelo menos cinco das categorias mais importantes no estado: além dos metalúrgicos, os bancários, petroleiros, empregados na indústria da mineração e eletricitários.

Para se ter uma ideia do que a bolada representa, seria o suficiente para a compra de 16,3 mil carros populares, ao preço mais baixo de R$ 23.650, encontrado nas concessionárias. As PLRs de 2011 variaram de dois salários nominais para os metalúrgicos de Juiz de Fora, na Zona da Mata, a 5,85 salários dos trabalhadores da mineradora Vale. Os acordos embutiram de 8% a 20% de reajuste, quando comparados às negociações do ano anterior. Agora, os sindicatos querem mais.

Os pagamentos que estão sendo feitos em Minas beneficiam um contingente próximo de 230 mil trabalhadores, de acordo com os sindicatos ouvidos pelo Estado de Minas. Para os eletricitários e os petroleiros, as contas foram estimadas sobre as mesmas PLRs pagas em 2011 referentes ao ano anterior, uma vez que a Petrobras e a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) ainda não divulgaram os valores pagos e ainda a pagar neste ano.

Em comum, diferentemente das expectativas do movimento sindical, a maioria dos programas de participação dos empregados tem como referência o desempenho operacional e não o lucro das organizações. A despeito do fraco resultado da produção industrial em Minas, que enfrentou queda de 0,2% nos últimos 12 meses terminados em fevereiro, e dos efeitos da crise na Europa sobre as exportações, a maior parte dos sindicatos vê boas perspectivas para as campanhas de PLR de 2012. A escassez de mão de obra é um dos fatores que podem fortalecer a briga dos trabalhadores. Em Betim, a Fiat Automóveis firmou o primeiro acordo de PLR do ano, correspondendo a cinco salários de ingresso na empresa, negociação que deve servir de referência para as campanhas nos fornecedores de peças e prestadores de serviços do setor automotivo, segundo o presidente do sindicato local dos metalúrgicos, João Alves de Almeida.

"Foi um bom acordo e um sinal de que as negociações poderão ser melhores este ano", afirmou o sindicalista. A PLR negociada pela Fiat é de R$ 5.968 por trabalhador, desde que alcançadas as metas acertadas de produção, qualidade e assiduidade. A expectativa positiva, entretanto, não combina com o cenário de incertezas destacado pelas empresas. Para Osmani Teixeira de Abreu, presidente do Conselho de Relações do Trabalho da Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg), os patrões vão negociar com moderação este ano, porque não projetam grandes resultados para 2012. "Tenho dúvidas se as empresas, como regra geral, farão propostas melhores que as de 2011, num cenário em que o emprego está diminuindo e o crescimento da economia deverá ficar próximo do que foi no ano passado (2,7%)", afirma.

Expectativa

O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de BH e Contagem, Geraldo Valgas, diz que já há sinais de recuperação do setor na região, com contratações. "Esperamos conseguir, este ano, com que mais empresas negociem a PLR", diz. A última parcela das gratificações de 2011 somou R$ 35 milhões em depósitos neste começo do ano nas contas de 40 mil trabalhadores, representando, conforme a instituição dos trabalhadores, reajustes variando de 20% a 35%. Em Betim, o sindicato local dos metalúrgicos estima a parcela final das PLR de 2011 em R$ 51,5 milhões, pagos em janeiro e fevereiro, para 32,2 mil trabalhadores. Foram fechados 63 acordos, beneficiando 75% da categoria.

Os sindicatos dos trabalhadores da Vale estão discutindo a proposta para uma redefinição de critérios da PLR, negociada em campanha nacional unificada. Na avaliação de Paulo Soares de Souza, presidente do sindicato local, Metabase, de Itabira, berço da atuação da companhia, a troca de presidente da mineradora, agora nas mãos de Murilo Ferreira, favorece o diálogo, além de um cenário puxado pelo crescimento forte dos países emergentes, apesar da redução da perspectiva de expansão chinesa, um dos maiores clientes da Vale.

"Se não houver nenhuma tromba d’água no mercado internacional, a Vale deve continuar numa boa progressão de lucros", afirma Paulo Soares. As PLRs acertadas em 2011 ficaram até 8% acima de 2010, resultando num pagamento, em fevereiro, ao redor de R$ 90 milhões para os 25 mil empregados de Minas Gerais. A PLR foi definida na lei 10.101, de 19 de dezembro de 2000.

 

Fonte: em.com.br

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