Paulo Penido de Volta à USIMINAS: Rota Retomada ou Equílibrio de Forças?

16/04/2012 • Atualizado em 16/04/2012 14:42

As notícias em torno das mudanças na Usiminas que, após a entrada da Ternium no bloco de controle e a indicação de Júlian Eguren como presidente da empresa, pareciam iniciar um período de calmaria e menor frequência nas páginas de jornais e sites especializados, nas últimas semanas voltaram a fazer parte das manchetes da mídia nacional (duas semanas atrás, as manchetes eram acerca das divergências entre os argentinos da Ternium e japoneses quanto a pontos estratégicos, tais como a discordância da política de preços do minério de ferro adquirido junto à sua própria subsidiária, a  Mineração Usiminas, no mesmo preço da Vale e a intenção, por parte dos argentinos, de centralizar seus processos de compras em Buenos Aires, o que, também,não agradava aos japoneses da Nippon Steel).  No início da semana, uma nova manchete, agora sobre a proibição do CADE  (Conselho de Autodefesa Econômica)  de a CSN, de Benjamin Steinbruch, adquirir mais ações da Usiminas.

Agora, a indicação de Paulo Penido, que ocupava a diretoria de finanças e relações com os investidores da Embraer,  para presidente do Conselho Administrativo da empresa. É agora, como o retorno de Romel Erwin para ocupar a vice-presidencia de tecnologia há pouco mais de dois meses, o retorno de um dos homens de confiança dos japoneses da Nippon Steel.

Penido já trabalhou por quase uma década na Usiminas, como vice-presidente de finanças e relações com investidores. Ele também passou pela concorrente CSN, onde foi diretor de finanças e RI. Saiu, no período da gestão Marco Antônio Castello Branco e sua fiel escudeira, Denise Brum, e retorna à empresa 3 anos depois de uma saída reconhecida por muitos como traumática e de consequências incomensuráveis para a empresa e seu posicionamento de mercado. Na época, o efeito avassalador da “nova ordem” implementada por Castello Brano e Brum, fez com que “a espinha dorsal” da empresa fosse afetada, assim como muito do seu capital de conhecimento renegado, “disponibilizado para o mercado” ou com antecipação das suas aposentadorias.

O retorno de Penido vem como um reconhecimento pelo grave erro de se abrir mão, no passado recente, de executivo alto nível, com história de serviços relevantes prestados a organização e que possuía importância estratégica para os negócios da empresa e, sobretudo, clientes que, com sua saída, o acompanharam migrando para a concorrente, a CSN. Hoje, juntando-se aos vice-presidentes Romel Erwin e Sérgio Leite de Andrade, a Nippon Steel promove equilíbrio de forças no “management” da siderúrgica, e assim responde às últimas investidas do seu parceiro argentino, sinalizando que deverá diminuir um pouco o ímpeto apresentado nas últimas semanas.

Penido teve uma passagem efêmera na CSN, mas contribui sobremaneira para que, mesmo no período que compreendeu a crise macroeconômica de 2008/2009 e o agravamento da baixa demanda da siderurgia mundial, a empresa apresentasse resultados operacionais melhores e mantivesse nível satisfatório de caixa possibilitando, até, a aquisição das ações da Usiminas o que hoje, com a iminente entrada da CSN no Conselho de Administração, será um desafio que terá que enfrentar.  E pensar que, ele próprio, contribuiu para as aquisições gradativas das ações preferenciais e ordinárias (que dão direito a voto).

Vamos aguardar a próxima assembleia dos acionistas, convocada para o próximo dia 25, para conhecer  os desdobramentos.

 

Fonte: Jornal Diário do aço

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