Johanesburgo - A sangrenta greve na mina sul-africana de Marikana, que tem saldo de 44 trabalhadores mortos pela polícia, completa três semanas nesta segunda-feira e parece estar longe de terminar.
Apenas 13% dos trabalhadores de Marikana, que fica a cerca de 100 quilômetros de Johanesburgo, comparece ao serviço. De acordo com a companhia britânica Lonmin, proprietária da mina, o número é decorrente da pressão feita por parte dos grevistas.
''Houve casos de intimidação aos motoristas de ônibus durante a noite e ameaças aos trabalhadores que queriam ir à mina durante a manhã'', disse a direção da empresa.
Os protestos ganharam força novamente após o período de luto declarado pela morte de 44 pessoas, entre os dias 10 e 16 de agosto, apesar das tentativas da empresa de chegar a um acordo com os trabalhadores.
As partes mantêm um diálogo desde sexta-feira com o objetivo de reestabelecer as operações na mina. Os sindicatos e a direção da Lonmin se reuniram novamente nesta segunda-feira, mas não chegaram a um acordo, anunciando uma prorrogação das negociações, segundo o portal ''News24''.
A empresa mineradora informou que na quarta-feira promoverá uma nova reunião com os representantes dos trabalhadores para tentar alcançar um ''acordo de paz'', que contará com a mediação do Conselho Eclesiástico, comandado pelas igrejas da África do Sul.
A greve de Marikana, liderada pelos trabalhadores do sindicato minoritário AMCU (Associação da Mineração e a Construção), reivindica um aumento salarial de até 12.500 rands (R$ 3 mil), valor três vezes maior do que o salário atual.
Fonte: Noticias de Mineração