Meteorito contém minerais da pré-história de Marte

22/11/2013 • Atualizado em 22/11/2013 09:53
O pequeno meteorito, de 84 gramas, contém minerais com idades que vão de 2 a 4 bilhões de anos. [Imagem: Luc Labenne]

Uma minúscula rocha, encontrada no deserto do Saara, parece ser o meteorito de Marte mais antigo já descoberto.

Pesquisas anteriores já sugeriam que a rocha tinha cerca de 2 bilhões de anos, mas novas análises indicam que o meteorito possui em seu interior minerais com mais de 4 bilhões de anos.

O meteorito negro e brilhante, de apenas 89 gramas, foi apelidado de "Beleza Negra" - seu nome oficial é NWA 7533 (Northwest Africa 7533).

Com essa idade, pelo menos uma parte da rocha teria se formado ainda na infância de Marte.

"Esta (rocha) nos conta sobre uma das épocas mais importantes da história de Marte", afirmou o autor da pesquisa, Munir Humayan, da Universidade Estadual da Flórida, nos Estados Unidos.

 

Meteoritos marcianos

 

Já foram encontrados cerca de 100 meteoritos marcianos na Terra. A grande maioria deles é bem mais jovem, datados entre 150 milhões e 600 milhões de anos.

Eles teriam caído na Terra depois de um asteroide ou cometa ter-se chocado contra Marte e desprendido as rochas, que viajaram pelo espaço até acabarem no nosso planeta.

O "Beleza Negra" é formada por cinco fragmentos. Um deles, o NWA 7034, foi examinado no passado e sua idade foi calculada em 2 bilhões de anos.

Mas a pesquisa mais recente descobriu que outro pedaço, o NWA 7533, tem 4,4 bilhões de anos.

Se isto está correto, a rocha pode ter-se formado quando Marte tinha apenas 100 milhões de anos de idade.

 

Mistura de eras

 

O professor Carl Agee, da Universidade do Novo México, foi o cientista que, na análise anterior, concluiu que a rocha NWA 7034 tinha 2 bilhões de anos de idade.

Ele afirmou que a diferença entre as idades das rochas pode ter ocorrido porque o meteorito é na verdade uma mistura de componentes, e a equipe dele agora também está encontrando partes da rocha que têm cerca de 4,4 bilhões de anos.

"Definitivamente há um componente antigo na rocha, mas acreditamos que pode haver uma mistura de eras", propõe Agee.

 

 

Fonte: Inovação Tecnológica

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