"Catarse" em evidência no Corredor Cultural da UFT

A exposição de Ritaline Silva acontece entre os dias 7 e 11 de maio no campus de Palmas da UFT

Por Isaura Rossatto e Risa Lima - Acadêmicas de Psicologia do Ceulp e colaboradores no Portal (En)Cena – Palmas-TO
06/05/2018 • Atualizado em 06/05/2018 10:48

Ocorrerá dos dias 07 a 11 de maio de 2018, na Universidade Federal do Tocantins- Campus de Palmas, a exposição “Catarse”, da artista e acadêmica de psicologia do Centro Universitário Luterano de Palmas – Ceulp/Ulbra Ritaline Silva. O evento em parceria com o Programa Corredor Cultural terá início às 19h e estará localizado na sala 04, bloco B, da UFT.

 

 

A exposição pretende demonstrar um “(auto)retrato” da dor e do sofrimento pessoal de suicidas em forma imagética e sensorial que poderá ser experimentado em uma instalação artística. Através de texturas, imagens e som, a obra pretende colocar o visitante em contato com uma mente em sofrimento.

A primeira exibição das imagens aconteceu de 21 a 25 de agosto, no Ceulp/Ulbra. As fotos fizeram parte de uma instalação sobre suicídio e depressão, montada em um antigo laboratório de revelação fotográfica do Ceulp/Ulbra e, mais que fotos, trazia recursos sensoriais como texturas, odores, iluminação, intervenção áudio visuais dentre outros meios pelos quais o visitante interagia com a obra, podendo inclusive registrar seu momento em palavras ou pinturas.

 

 

Alguns registro podem ser encontrados no site http://encenasaudemental.net/post-destaque/caos-autoretratos-da-dor-em-intervencao-cultural/

O projeto que tem o apoio e a curadoria da fotógrafa e psicóloga Irenides Teixeira, coordenadora do Curso de Psicologia do Ceulp, foi idealizado por Ritaline Silva, que após superar um momento de crise, decidiu reviver a situação fazendo uma reconstituição do seu momento de crise registrando-o em fotografias com a ajuda da amiga Monique Carvalho. A experiência foi tão forte que resultou em uma catarse, termo comumente usado na psicanálise para definir o efeito causado pela liberação da tensão provocada por conteúdos emocionais inconscientes. O efeito dessa experiência repetida, revivida e reelaborada, resultou em tamanho alívio que a dor se transformou em força e orgulho de superação. O trabalho também contou com a colaboração de outras personagens que também tentaram suicídio e aceitaram participar do projeto revivendo suas crises e se permitindo fotografar.

Um suicídio ocorre a cada 40 segundos no mundo e a cada 45 minutos no Brasil, colocando o país como oitavo no mundo em número de suicídios, conforme aponta a Associação Psiquiátrica de Brasília. De acordo com o Mapa da Violência 2017, da BBC Brasil, entre 2000 e 2012 houve um aumento de 10,4% na quantidade de suicídios, sendo mais de 30% em jovens. Estima-se que, até 2020, haverá um incremento de até 50% no número anual.

No Tocantins, a realidade não difere das demais, sendo que Palmas apresenta uma taxa de suicídios mais alta que a média nacional, de acordo com dados levantados entre 2010 e 2014.

Sabe-se, entretanto que, parte da prevenção do suicídio está na discussão sobre o assunto. E é esta provocação que o projeto Catarse pretende promover, trazendo a angústia suicida para o centro da discussão, tanto nas mentes em sofrimento que precisam refletir sobre seu estado e saber que existem formas de vencer seus desafios, quanto naqueles que estando "bem" podem experimentar um pouco das sensações de quem sofre, refletir sobre tais sentimentos e atuar mais incisiva e conscientemente em seus ambientes de forma a prevenir o suicídio.

A autora do projeto, Ritaline Silva, superou um momento de crise e decidiu fazer uma reconstituição registrada em fotografia. Para ela, abrir sua dor para outras pessoas “foi um grito de libertação, certamente o concretizar de um desejo muito íntimo, o de trazer a platéia para dentro do espetáculo. Mostrar que a minha história foi palco de uma tragédia, porém que deu fruto a uma grande e majestosa libertação”, comenta.

 

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