Concurso Nacional "Passagens Jardim Ângela"
O concurso identifica e promove projetos que tenham como proposta recuperar o sentido social e a caminhabilidade de três passagens no bairro Jardim Ângela, localizado na Zona Sul de São Paulo. Os finalistas do concurso ganharão um workshop com pesquisadores, arquitetos e urbanistas da França, Colômbia e Espanha além de organizações locais.
O prazo para inscrições é 10/05 e estão abertas para estudantes, jovens profissionais, coletivos, ativistas urbanos e ONGs. Mais informações aqui: http://concurso.cidadeemmovimento.org/
O Instituto Cidade em Movimento (IVM), assumirá os gastos de transporte, alimentação e estadia para proponentes ou equipes de outras cidades e estados.
Neste link é possível conhecer melhor o instituto e assinar o newsletter: http://cidadeemmovimento.org/
O CONCURSO “PASSAGENS JARDIM ÂNGELA”
As futuras intervenções na cidade de São Paulo, em especial aquelas relacionadas à mobilidade e infraestrutura em geral, precisam ter uma visão integral e uma postura conciliatória perante uma cidade desarticulada, desde sua escala metropolitana até seus percursos locais.
Essa visão integral abarca a reflexão sobre os conceitos de fragmentação e desigualdade. Sobre a fragmentação na cidade de São Paulo, Coy (2003) assinala que esta "é diferenciada e expõe à vulnerabilidade segundo as condições dos bairros marginais, das ocupações e das favelas (concentradas
a sul, a leste e na periferia norte da cidade)". Já a respeito da desigualdade, Mello-Théry faz referência ao conceito em seu trabalho sobre a Conservação de áreas naturais em São Paulo (2011). Ela está "associada ao espaço, ligada ao fator social e ao meio ambiente” (SASSEN, 2005). Por isso, é de grande importância entender a tarefa que tem a ação pública em costurar esses territórios sem diálogo, induzindo a integração social por meio, dentre outras tarefas, da "reabilitação desses espaços segregados" (MELLO-THÉRY, 2011).
O concurso proposto se debruça em várias escalas. Em grandes proporções, o concurso leva a uma reflexão sobre o eixo urbano Carlos Caldeira - M’Boi Mirim (eixo norte-sul do BRT – Bus Rapid Transit – previsto pelo plano de Mobilidade do Município e representado na imagem a seguir), que passa por um dos maiores reservatórios de água da cidade, a represa Guarapiranga, e está inserido ao mesmo tempo em uma área de proteção ambiental de grande diversidade (Mata Atlântica) e dentro da influência do Parque Ecológico da Guarapiranga. Entende-se que nesse contexto, a vocação de qualquer intervenção deve ser ambientalmente coerente com o lugar onde será inserida.
Por outro lado, na escala do bairro, se pretende revalorizar as passagens que conectam os bairros residenciais com os grandes eixos de mobilidade, gerando novas dinâmicas na área e melhoria nas condições de vida das pessoas desse lugar. É nesta escala, mas entendendo o papel da intervenção a nível urbano (escala do eixo), que se propõe a resolução destas passagens sob os conceitos do urbanismo ecossistêmico e ambientalmente responsável, dentro dos âmbitos e resoluções possíveis e construíveis nos recortes propostos.
Informações extraídas do site do concurso.
Foto de divulgação: Irene Quintás