Aula de História e Geografia na aldeia indígena

16/06/2010 • Atualizado em 14/06/2010 17:39
No sábado, 12 de junho a turma da disciplina de História e Geografia na Educação Infantil e Anos Iniciais, do Curso de Pedagogia do CEULP/ULBRA realizou uma aula na Aldeia Nova – Povo Xerente, próximo à cidade de Tocantinia-TO. O trabalho objetivou conhecer para compreender a cultura indígena, a organização do espaço geográfico da aldeia e o papel do ensino de História e Geografia no processo das transformações históricas, naturais, ambientais, sociais e culturais do povo Xerente no contexto da globalização. Além de oportunizar aos acadêmicos uma ação intercultural que pudessem vivenciar com alteridade a riqueza das diferenças e melhor prepará-los para os novos desafios diversidade cultural, sobretudo no âmbito escolar. Os professores devem estar de certo modo preparados a trabalharem os conteúdos curriculares de forma a torná-los significativos à vida das crianças para que novos conhecimentos sejam agregados aos valores que estas já possuem em seu meio sociocultural.Conforme os Parâmetros Curriculares Nacionais – PCNs os alunos do ensino fundamental precisam conhecer e valorizar a pluralidade do patrimônio cultural material e imaterial da sua região, estado e país para que se relacione com as diferenças sem discriminação cultural, social, crenças, sexos, etnias ou por qualquer que seja manifestação preconceituosa.Muitas vezes o ensino dessa disciplina permanece distante do interesse do aluno, pois fica preso ao discurso fechado dos livros didáticos e festas cívicas onde a figura do negro aparece apenas levando chibatas no tronco. O índio nu, o selvagem, folclorizado, pintado e que ainda vive da caça, pesca e coleta de frutos, sendo que em muitas aldeias nem rio existe mais. Por isso, é fundamental que se formem educadores conscientes e capazes de romper com as idéias e as metodologias tradicionalistas e discriminatórias que permeiam nos currículos escolares.Daí a relevância de uma aula campo para o contato entre indígenas e estudantes, desmistificando a ideia de que estes fazem a respeito dos povos indígenas, mesmo sendo de uma região com 8 povos indígenas. A maioria ainda desconhece a culturas e as línguas diferentes destes povos.Os assuntos trabalhados pelos grupos foram: História da Aldeia Nova (por que tem esse nome, quando e como se formou essa comunidade, as lideranças, suas dificuldades e conquistas), as práticas religiosas dos antepassados e a atual- Cosmologia (crenças – rituais que são celebrados), os hábitos, costumes, mitos, festas. O ensino da geografia na cultura e na escola Xerente (enfatizando o aspecto histórico e geográfico da comunidade: a paisagem, rios, tipos de moradias, economia; O papel do cacique e do pajé na comunidade xerente; O ensino de história na cultura e na escola Xerente (destacando o aspecto histórico: forma de organização, hierarquias, datas importantes, relações de poder, relação dos xerente com a sociedade envolvente, regras e leis); Como as crianças xerente aprendem os conhecimentos de História por meio da cultura oral dos mais velhos e o que elas aprendem na escola). E, finalmente, como se dá a educação na cultura Xerente (envolvendo o papel dos mais velhos na educação de seus filhos e como acontece essa educação)Depois das entrevistas e conversas com os mais velhos, os acadêmicos partilharam um delicioso lanche com toda a comunidade.O trabalho na aldeia foi produtivo, pois desmistificou aquela idéia vista nos livros didáticos e os estudantes puderem perceber o quanto os indígenas contribuíram na formação da população brasileira e a riqueza cultural da qual herdamos, embora muitas coisas já estejam perdendo a sua essência com a intervenção do mundo globalizado.Com o intuito de estudar a Lei 11.645/03/2008 que altera a Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, modificada pela Lei 10.639, de 9 de janeiro de 2003, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena”. Que passou a vigorar com a seguinte redação: “Nos estabelecimentos de ensino fundamental e de ensino médio, públicos e privados, torna-se obrigatório o estudo da história e cultura afro-brasileira e indígena.” O conteúdo incluirá diversos aspectos da história e da cultura desses povos na formação da identidade brasileira, como o estudo da história da África e dos africanos, a luta dos negros e dos povos indígenas no Brasil, a cultura negra e indígena brasileira.

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