Um grupo de acadêmicas do curso de Pedagogia do CEULP/ULBRA, coordenada pela professora Cidinha Medina realizou uma aula campo na Aldeia Xerente, próxima a Tocantínia-TO. Essa experiência se deu por meio do estudo das leis 10.639/03 e 11. 645/08, que incluiu na Lei no 9.394, de 20/12/96, a “História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena”. Essas temáticas são obrigatórias no currículo oficial da rede de ensino público e privado.
Interessadas com o tema, as acadêmicas sentiram a necessidade de vivenciar uma aula interdisciplinar e intercultural junto à comunidade indígena Xerente da Aldeia Nova, visando conhecer para compreender a cultura, a organização do espaço geográfico da aldeia, além de saber como se dá a relação de ensino e de aprendizagem na cultura Akwe e na escola formal, cujo currículo é o mesmo das escolas urbanas.
A aula interdisciplinar porque foram envolvidas as disciplinas de História e Geografia nos Anos Iniciais, Ensino da Língua Portuguesa nos Anos Iniciais, Arte educação e Pedagogia Social, todas ministradas pela professora Cidinha Medina. É também intercultural por acontecer entre culturas e línguas diferentes. Alguns conteúdos foram trabalhados sob o enfoque da diversidade cultural, além da curiosidade sobre alguns saberes específicos da cultura indígena que dialogam com o conhecimento da sociedade não indígena.
Além da troca de conhecimentos e experiências, as acadêmicas ficaram surpresas com a acolhida, o diálogo intercultural e a pedagogia própria de ensinar e de aprender na língua materna e na segunda língua. A cosmologia e a relação íntima das crianças com o rio, a natureza e com todos os seres demonstraram a relação social de respeito e de igualdade entre si.
Para as futuras pedagogas do CEULP/ULBRA, é fundamental que os professores do ensino fundamental conheçam e valorizem a pluralidade cultural da região, para desmistificar a ideia etnocêntrica de que um saber é melhor que o outro. Discurso que permeou a sociedade, principalmente por meio dos livros didáticos, dos filmes e das expressões discriminatórias que ainda estão por superar.
