Educação Física: muito além da academia e escola, uma profissão do futuro

Por Raabe Andrade - Estagiária de Jornalismo – Palmas-TO
18/06/2019 • Atualizado em 27/06/2019 15:03

O Profissional de Educação Física é diversas vezes interpretado como sendo apenas um personal trainer, mas as possibilidades de atuação profissional para quem ingressa nessa carreira são muito mais abrangentes. Ter conhecimento sobre a área é de extrema importância para quem pretende cursar Educação Física e mais ainda para que se possa compreender o papel dela na sociedade atual.

 

Quem está em foco desta vez, é o professor e coordenador o curso de Educação Física do Centro Universitário Luterano de Palmas - Ceulp/Ulbra, Matheus Morbeck Zica, falando sobre sua experiência como egresso da instituição e tirando todas as dúvidas sobre o curso e o mercado de trabalho

 

Ceulp/Ulbra: O que torna o curso de Educação Física especial para você enquanto coordenador?

Matheus: Para mim o curso tem um significado especial porque eu sou egresso do Ceulp, foi aqui onde eu tive crescimento pessoal, profissional e vislumbrei possibilidades que antes eu não enxergava. Para mim, isso já é um diferencial grande, que me possibilitou alcançar coisas que eu não acreditava que tinha potencial para alcançar. Foi aqui que encontrei professores extraordinários que me motivaram ainda mais a ter prazer pelo curso. São essas razões que me fazem sentir o curso de Educação Física do Ceulp como minha segunda casa.

 

Ceulp/Ulbra: E no geral? O que o diferencia dos demais cursos?

Matheus: As diferenças do curso de Educação Física aqui são as possibilidades de ingresso no mercado de trabalho. Elas são muito maiores porque a infraestrutura que a gente tem permite uma vivência prática muito grande, então tudo o que é falado na sala de aula a gente vivencia na prática e isso faz toda a diferença.

 

Ceulp/Ulbra: Você pode destacar melhor a estrutura física do curso?

Matheus: A gente tem o maior complexo esportivo do Estado, que conta com: laboratório de fisiologia, laboratório de medidas e avaliação, laboratório de anatomia, laboratório de informática, sala de musculação, sala de tênis de mesa, sala de lutas, sala de dança, quadra poliesportiva, campo de futebol e piscina.

 

Ceulp/Ulbra: O curso de Educação Física desenvolve algum tipo de ação que preste serviço à comunidade?

Matheus: Desenvolvemos sim. Todo semestre a academia funciona por meio dos estágios curriculares e a gente recebe a comunidade, prescreve treinos, faz avaliação física e os acompanha. Nós recebemos paratletas do Instituto Reviver e realizamos a complementação de sua preparação física. Usualmente trazemos os alunos da APAE aqui para realizarmos atividades com eles além de outras parcerias como do Hospital Geral de Palmas (HGP), em que recebemos os pré e pós “cirurgiados” bariátricos.

 

Ceulp/Ulbra: Como é a integração de vocês com outros cursos da área?

Matheus:  Além de algumas disciplinas optativas dos cursos da saúde, nos eventos de corrida de rua nós levamos nossos staffs para fazer a logística do evento, junto com a turma da Fisioterapia que faz o recovery após o evento para recuperação dos atletas, então estamos juntos nessas ações. Em alguns casos, encaminhamos algumas pessoas da nossa academia para o atendimento da Fisioterapia, fora os festivais esportivos como festival de tênis de mesa, festival de mini handebol entre outros.

 

Ceulp/Ulbra: Além do bacharelado, o Ceulp/Ulbra oferece o curso de licenciatura em Educação Física. De que forma o aluno é inserido na vivência da sala de aula?

Matheus: Uma coisa muito legal é que a gente tem dois programas federais. O primeiro é o PIBID, Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência, que tem 24 bolsas, então nossos acadêmicos que estão até metade do curso de licenciatura estão dentro das escolas, vivenciando o chão da escola, aprendendo como funciona e recebendo do Governo Federal. E a gente tem também o Programa de Residência Pedagógica, que é para os alunos que estão da metade do curso para frente. Os nossos alunos são introduzidos na escola, a experiência conta como estágio curricular e ganham bolsa do Governo Federal. Então nossos alunos estão recebendo para estudar.

 

 

Ceulp/Ulbra: Muitas pessoas tem a ideia de que quem faz Educação Física só pode trabalhar em escola ou academia, mas quais as possibilidades de atuação de para esse profissional no mercado?

Matheus: O bacharel em educação física pode atuar como treinador de equipes das mais variadas modalidades, personal trainer, gestor na área esportiva, também pode trabalhar na secretaria de esportes na área de planejamento ou seguir a carreira acadêmica e ser um professor universitário. Um campo novo de atuação é na atenção básica de saúde junto ao NASF-AB, Núcleo Ampliado à Saúde da Família. Inclusive, 90% dos aprovados no programa de residência da Fundação Escola de Saúde Pública de Palmas (FESP), são egressos da instituição.

Já na área da licenciatura, o principal é como professor de educação física dentro das escolas mas, também pode ser um docente do Ensino Superior, trabalhar com planejamento junto a secretaria de educação, são várias opções, mas o foco é a escola.

 

Ceulp/Ulbra: Segundo uma pesquisa divulgada pelo Ministério da Saúde em 2017, Palmas é a capital brasileira com as menores taxas de obesidade, excesso de peso e hipertensão. Esse é um bom cenário?

Matheus: É, a gente tem um terreno muito propício para a prática de atividade física, apesar do calor. A cidade é plana, tem praças, tem o que a gente chama de “ambiente construído”, que é um dos fatores que incentiva a sociedade a praticar atividade física. Mas ainda falta muita conectividade entre esses ambientes, os locais são muito distantes e a cidade foi construída para o trânsito de carros, não de pedestres, no entanto, o lazer em Palmas sai a frente, tem muitas quadras, praças, eventos esportivos e tudo isso favorece para uma população mais ativa.

 

 

Ceulp/Ulbra: Como você vê a importância do profissional de Educação Física?

Matheus:É uma profissão do futuro haja vista que hoje as pessoas estão vivendo por mais tempo e sendo acometidas por Doenças Crônicas Não Transmissíveis, as famosas DCNTs e um fator de risco para o aparecimento delas é o sedentarismo. O profissional de Educação Física entra como peça fundamental para a mudança de hábito e comportamento ativo, para incentivar a população, orientar, criar estratégias e fazer uma atividade física com qualidade e segurança. Há evidências científicas que sugerem que inatividade física mata tanto quanto o cigarro, então o profissional de Educação Física tem o papel nobre de colocar as pessoas para se movimentar.

 

Matheus Morbeck Zica tem bacharelado e licenciatura em  Educação Física pelo Centro Universitário Luterano de Palmas, é mestre em Ciências da Saúde pela Faculdade de Medicina do ABC e doutorando pela mesma instituição. É docente do Ceulp/Ulbra desde 2017 e coordenador desde o início de 2019.

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