Por Liz Castro e Isabela Leão
Como se faz justiça? O que é fazer justiça? A fim de proporcionar diálogos e mediar conflitos, um Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania (CEJUSC) foi instalado no CEULP/ULBRA. A Instituição de Ensino passou a ser a primeira e única do Tocantins a possuir um centro jurídico em parceria com o Tribunal de Justiça do estado.
Na última quarta-feira, 25 de maio, o CEJUSC promoveu uma palestra direcionada aos alunos do curso de Direito da Universidade, com a finalidade de debater as alternativas para a solução de conflitos na Justiça do Trabalho.
O Coordenador do curso de direito Gustavo Paschoal, falou sobre essa oportunidade de interação entre acadêmicos e profissionais de diferentes áreas de atuação em Direito.
“Trata-se de uma oportunidade ímpar, onde os acadêmicos do curso de Direito do CEULP/ULBRA terão contato com magistrado, advogada, mediadora e conciliadora vinculados às resoluções de conflitos na esfera trabalhista. Por meio de tal diálogo, conseguirão ter mais informações de como o procedimento ocorre de modo prático, enriquecendo, desta forma, os conhecimentos”, disse.
O Juiz do Trabalho, e também Coordenador do CEJUSC-JT de Palmas, João Otávio Frota, propôs aos alunos do curso uma análise sobre justiça. O juiz fez uma reflexão durante a sua fala e citou uma de suas referências filosóficas para abordar a temática.
“Segundo o filósofo Jacques Derrida, a justiça é a experiência daquilo que não podemos experimentar. Seguindo esse raciocínio, a justiça é uma experiência impossível”, comentou. “Quero dizer também que, por outro lado, é papel dos juízes, dentro dessa perspectiva de justiça como uma abolia, realizar o maior esforço possível para se aproximar filosoficamente dessa inalcançável ideia de justiça” enfatizou.
João Otávio reforçou também sobre a importância de saber reconhecer que nas relações de conflito não é preciso ter um vencedor e um perdedor. "Os conflitos não são necessariamente disputas, em que uma das partes precisa vencer em detrimento de outra, numa relação de ganha-perde. É preciso recuperar nas nossas vidas, em geral, mas também na nossa atuação profissional, sobretudo no direito, em relações de ganha-ganha”.
O juiz ressaltou ainda a necessidade de ter um olhar voltado para o futuro em relação a resolução de conflitos, a fim de regenerar as relações pessoas e sociais. Além disso, alertou sobre a relevância de ter uma justiça do trabalho que perceba as transformações que acontecem na sociedade.
“Nós precisamos de uma justiça do trabalho que além de séria seja também atenta à realidade atual. Que ofereça respostas adequadas para os conflitos que surgem em meio a relação entre capital e trabalho, principalmente diante de tantas modificações que essa relação vem sofrendo nos últimos anos. Mas sem perder de vista o nosso papel de promover dignidade, de equacionar a valorização do trabalho com a linha de iniciativa, que aliás é postulado fundamental da nossa constituição de 1988”, finalizou o Coordenador do CEJUSC-JT.