Inúmeros projetos na área de tecnologia da informação são idealizados pelos alunos dos cursos de Engenharia de Software, Ciência da Computação e Sistemas de Informação todos os semestres. Muitos ganham o mundo, seja  em eventos direcionados para o mercado de T.I, trabalhos de conclusão de curso, ou por meio de investidores que acreditam no potencial dos acadêmicos e das suas criações.

Outros, porém, acabam ficando restritos dentro da Universidade ao longo da vida acadêmica de seus idealizadores, mesmo possuindo um grande potencial para alcançar voos mais altos.

Com o intuito de aumentar a quantidade de projetos que saem das salas da Universidade e ganham o mundo, o professor Fabiano Fagundes criou o estação.ti. A primeira edição da mostra é um trabalho conjunto de todo o colegiado, baseado em eventos anteriores já realizados, como o arduino.io e o Creativity Show, unindo trabalhos desenvolvidos tanto por quem está no início da graduação, quanto por quem está nos períodos finais.

“Neste semestre idealizei o evento a partir da disciplina Laboratório de Criatividade e Projetos, que faz parte do Programa de Extensão Interdisciplinar do Ceulp/Ulbra, juntamente com a disciplina de Desenvolvimento de Software para Dispositivos Móveis, ministrada pelo professor Jackson”, lembra o professor. “A estas disciplinas juntaram-se os resultados das disciplinas de Circuitos Digitais, ministrada pelo professor Jackson, e a disciplina de Desenvolvimento de Sistemas, ministrada pelos professores Fernanda e Fábio.”

Fabiano explica que a proposta de eventos desta natureza é divulgar a qualidade e excelência dos alunos dos cursos, “mas também colocá-los na prática de organizar seus estandes, se preparar para arguições pelo público e inclusive enfrentar a avaliação de empresários que estarão presente no evento, sem esquecer do caráter social e comunitário.”

_{Foto: Assessoria de Comunicação Social Ceulp/Ulbra}

As soluções desenvolvidas pelos acadêmicos buscaram atender, de forma criativa e com as ferramentas da área da computação, as necessidades da sociedade em geral. Ao todo, foram apresentados 15 projetos, entre aplicativos e soluções tecnológicas para a comunidade, que despertaram o interesse dos especialistas da área.

“A mostra é muito importante, porque ajuda o aluno a perceber como seria no mercado, porque ele vai ter que aprender a vender o produto dele. Eu, quando fiz faculdade, comecei a demonstrar meu projeto em um evento desse tipo”, comenta Ricardo Nascimento, Diretor Executivo da CRP Tecnologia, empresa palmense do ramo de T.I. “Além disso, a parte técnica, porque exige dele, através das disciplinas, que ele faça um projeto acabado. Isso ajuda muito a desenvolver as capacidades e competências necessárias.”

Entre os projetos está o app GiveLife, que pretende facilitar a doação de sangue colocando possíveis doadores em contato com o Hemocentro. Além de permitir que o doador consiga agendar a sua doação,  o cadastro realizado no aplicativo é enviado por meio do app para o Hemocentro, diminuindo ainda mais o tempo para a doação.

Victória Locatelli, aluna do terceiro período de Engenharia de Software e uma das desenvolvedoras do projeto,  explica ainda que o aplicativo possui um ranking de doadores, e permite que as pessoas cadastradas tenham acesso a bonificações e descontos em exames de sangue em laboratórios parceiros.

Wendhel Valeriano, Felipe Nunes e Rodrigo Alvarez foram os parceiros de Victória no desenvolvimento do aplicativo. Orientados pelo professor Fabiano Fagundes, o esboço foi criado em apenas uma aula. “A ideia surgiu em uma das primeiras aulas, quando o professor disse que teríamos que desenvolver um app para colaborar com a comunidade. Na mesma aula o grupo já estava com a ideia toda montada, já sabíamos exatamente o que fazer e como fazer, foi incrível”, conta ela. 

Pensando em soluções práticas para o dia-a-dia, Lucas Cardoso desenvolveu, junto com Marco Antônio Martins, Douglas Lobato e Victor Dias, uma lixeira inteligente. Acadêmico do segundo período de Ciência da Computação, ele explica que o item separa objetos metálicos de outros resíduos, facilitando a divisão de materiais e o descarte correto. Além da aposta afetar diretamente toda uma cadeia de reciclagem existente, é um projeto inédito.

“Partimos da ideia de que o projeto deveria ser algo benéfico para a sociedade, e conseguimos chegar a essa ideia. Também queríamos um projeto que fosse nosso, que não existisse na internet, para ser uma ideia genuína, então chegamos ao projeto que vamos apresentar”, explica o acadêmico.

_{Foto: Assessoria de Comunicação Social Ceulp/Ulbra}

Helio Barreira, fundador da empresa Quantum Sistemas, especializada em softwares de gestão, também prestigiou o evento. Egresso da terceira turma de Sistemas de Informação do Ceulp/Ulbra, ele se surpreendeu com o que foi apresentado pelos alunos. “Temos muitos projetos interessantes aqui. Inclusive alguns deles, quando estiverem com um processo de maturação um pouco maior, podem até integrar algumas empresas locais, como a minha, por exemplo.”

E Fabiano Fagundes também ressalta: é importante incentivar e provocar os alunos para que mais trabalhos ganhem forma. Não é fácil tirar um projeto como esse do papel, mas o resultado é sempre muito positivo. “Os alunos costumam se mostrar descrentes em um primeiro momento, mas quando o movimento começa a acontecer eles se motivam e fazem o show que somente eles sabem fazer. Ok, às vezes precisa de um empurrão aqui, outro ali, mas como professor que se entende mais como um provocador, eu adoro esta função”, finaliza. 

_{Foto: Assessoria de Comunicação Social Ceulp/Ulbra}