Dando continuidade ao planejamento e às práticas dentro e fora de sala de aula, a Ulbra Medicina Palmas e Ulbra Palmas realizaram, na quinta-feira, 19, um ciclo de palestras sobre o atendimento a pacientes com hanseníase. O evento contou com a participação das professoras Seya Ueno e Juliane Panontin, que abordaram aspectos técnicos e práticos relacionados ao tema.
O Tocantins é considerado um estado hiperendêmico para hanseníase, segundo os parâmetros do Ministério da Saúde (MS), ocupando o 2° lugar no ranking nacional de casos notificados. De acordo com dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), em 2023, foram registrados no Tocantins 896 novos casos de hanseníase na população geral e 53 em menores de 15 anos. A proporção de cura da doença no estado é de 66,46%, enquanto a avaliação de contatos atinge 84,77%.
A professora e coordenadora do curso de Farmácia da Ulbra Palmas, Juliane Panontin, destacou a importância de abordar a hanseníase com os estudantes de saúde para desmistificar preconceitos e prepará-los para o atendimento no dia a dia. “Durante a palestra, abordei a questão da hidratação da pele e proteção solar, pois a pessoa que tem hanseníase tem a pele mais sensível, principalmente nas regiões com manchas. Então ela precisa hidratar, saber cuidar dessa mancha. Além disto, precisamos trabalhar a questão do preconceito com os alunos, pois o Tocantins é uma região endêmica e precisamos deixa-los preparados para poder atender os pacientes quando eles estiverem frente a frente".
Para Laura Nicodemo, acadêmica de Medicina da Ulbra Palmas, o ciclo de palestras trouxe ganhos significativos para sua formação. “Esse ciclo de palestras foi melhor do que eu esperava, pois as professoras realmente possuem um conhecimento técnico e de vivencia com os pacientes, de modo que a gente consegue perceber de uma forma simplificada o quanto que o um assunto é relevante no nosso Estado, e também o quanto que ficou facilitado pra gente o entendimento sobre a doença e sobre também os produtos que a gente usa no tratamento, entendendo como que a pele funciona na parte anatômica e de fisiológico, então, realmente foi muito melhor do que eu imaginava”, disse.
A acadêmica de Enfermagem Wanessa Santana também ressaltou o impacto das palestras para sua formação profissional. “A hanseníase faz parte da rotina de cuidado do enfermeiro, principalmente para aquele que atua na saúde da família, e estar aqui para receber os conteúdos que as professoras Seyna e Juliane compartilharam apresentou um novo olhar para a gente. E isso, com certeza irá enriquecer a minha carreira profissional futuramente”, comentou.
Próximos passos
A próxima etapa do treinamento será realizada no dia 20 de janeiro, em uma unidade de saúde da família no distrito de Luzimangues. Na ocasião, os acadêmicos acompanharão atendimentos a pacientes com hanseníase e realizarão a distribuição de brindes e loções de autocuidado.
Sobre a hanseníase
A hanseníase é uma das doenças mais antigas da humanidade, causada pela bactéria Mycobacterium leprae, que afeta principalmente os nervos periféricos e a pele. Suas complicações podem levar a incapacidades físicas, especialmente nas mãos, pés e olhos.