Negramina: Ulbra Palmas investiga planta do Cerrado como bioinseticida

O estudo está sendo desenvolvido sob a coordenação da professora Conceição Previero dentro do fragmento preservado de Cerrado da instituição

Por Dalvanilde Serra – Palmas-TO
18/02/2025 • Atualizado em 28/02/2025 09:03
Internet

Um estudo em andamento na Ulbra Palmas está explorando o potencial da Siparuna guianensis Aublet, popularmente conhecida como Negramina, uma espécie nativa do Cerrado, com potencial para a produção de óleos essenciais voltados à agricultura sustentável. A pesquisa avalia a composição fitoquímica do óleo essencial da planta e busca entender como a sazonalidade e as condições ambientais influenciam na produção de um bioinsumo agrícola, especialmente como bioinseticida natural.

Coordenado pela professoras Dra. Conceição Previero do curso de Ciências Agrárias e a Me. Deny Alves Macedo, do curso de farmácia, o estudo analisa a sazonalidade da planta e a influência do ciclo circadiano na concentração de metabólitos secundários. "No primeiro momento, vamos avaliar o ciclo circadiano da planta, coletando folhas em dois períodos do ano, verão e inverno. A partir dessas coletas, extrairemos o óleo essencial e identificaremos os princípios ativos. O objetivo é verificar se o horário e a época da colheita influenciam na concentração desses ingredientes ativos. Com esses dados, bioprospectaremos um bioinseticida, visando desenvolver um bioinsumo sustentável para a agricultura", disse Conceição Previero.

O estudo está sendo conduzido em um fragmento preservado de Cerrado no campus da Ulbra Palmas, onde serão coletadas folhas da planta em diferentes horários (8h, 12h e 16h) e em dois períodos do ano (fevereiro e agosto), para avaliar as variações sazonais na composição do óleo essencial.

A extração do óleo será realizada por meio de hidrodestilação, técnica tradicional para obtenção de óleos essenciais, e a análise da composição química será feita por cromatografia gasosa. A expectativa é que os resultados permitam identificar os principais metabólitos presentes no óleo e validar seu potencial como bioinseticida, contribuindo para práticas agrícolas mais sustentáveis e menos dependentes de insumos químicos.


Perspectivas futuras


A proposta do projeto vinculada a um edital de Fomento da Fundação de Amparo à Pesquisa (FAPT) e apoiada pela Secretaria do Planejamento e Orçamento do Tocantins (SEPLAN-TO), prevê que, em dois anos, o produto desenvolvido tenha autonomia para ser lançado no mercado. "Dado o desenvolvimento do produto, a ideia é que, possamos avaliar o uso de outras espécies para a produção de bioinsumos, ampliando as opções sustentáveis para a agricultura", explica a pesquisadora.

Os resultados preliminares devem ser divulgados nos próximos meses, e a expectativa é que o estudo não apenas valide o potencial da Negramina como bioinseticida, mas também promova uma conscientização na preservação do Cerrado e inspire novas práticas agrícolas alinhadas com a sustentabilidade.

"Esse estudo reforça a importância das práticas agrícolas sustentáveis, que representam uma mudança de paradigma no agronegócio. Para mim, como pesquisadora, é essencial mostrar aos nossos estudantes de agrárias que há formas inovadoras e sustentáveis de desenvolver o cultivo, alinhadas ao equilíbrio ambiental.", conclui Previero

A Negramina


A Siparuna guianensis, popularmente conhecida como negramina, é uma planta utilizada na medicina popular para tratar diversos problemas de saúde: Gripe, febre, dor no corpo, herpes, dor de cabeça, reumatismo, artrite, malária, dores abdominais, indigestão e como inseticida em plantas. As folhas são utilizadas como repelentes, nos galinheiros, para piolho de galinha e, também, para uso em rituais espirituais.

A planta tem sido apontada como uma das espécies prioritárias de conservação para a região do Cerrado brasileiro, considerando os aspectos etnobotânicos, ecológicos e químicos.
 

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